Ludmilla comenta sobre seu protesto contra racismo no Prêmio Multishow
Ludmilla se pronunciou sobre o protesto que fez na sua apresentação no Prêmio Multishow 2020.
Durante a performance de Rainha da favela, ela expôs áudios de ataques racistas que sofreu na internet.
Segundo a artista, a ideia foi mostrar para as pessoas um pouco do que ela sofre constantemente. "É muito complicado você ter que se afirmar toda hora, você ter que provar toda hora que merece estar ali. E, chegou uma hora que eu não quis mais provar que eu merecia estar ali, sabe. Eu só faço e eu estou ali porque eu sou isso, eu não tenho mais nada que provar para essas pessoas", disse Ludmilla em uma live com Hugo Gloss.
"Eu quis deixar, assim, aqueles áudios para o Brasil inteiro saber o que eu passo, o que eu enfrento. E, às vezes, algumas pessoas não entendem algumas atitudes minhas. Mas, é tipo só a pontinha do iceberg de tudo o que acontece comigo nos bastidores", afirmou.
A cantora comentou que nada mais irá fazer ela parar. "Eu estar ali performando, fazendo tudo aquilo e mostrando a minha música também é uma forma de mostrar para eles que eu não vou parar de jeito nenhum. Não importa o que eles falarem, o que eles disserem. Ninguém pode me parar. Só Deus pode me parar, e ele me botou aqui. Eu vou continuar fazendo isso, levando alegria para as pessoas e cantando a minha música", desabafou.
Após os episódios citados durante a performance, Ludmilla revelou que se aprofundou mais no tema do racismo.
"Como tudo isso começou a acontecer comigo. Esses ataques racistas. Eu fui pesquisar mais sobre racismo, o que acontece... E, eu estava vendo um filme que antigamente, na época da escravidão, quando um negro sabia fazer uma coisa a mais do que um branco... Tipo, sabia ler, cantar melhor ou tocar algum instrumento melhor, você apanhava, levava chibatada por isso. E, na nossa atualidade, essas chibatadas são esses ataques", afirmou.
A esposa de Brunna Gonçalves falou então sobre escravidão e exaltou a liberdade.
"Porque tem gente que não aceita uma preta estar no topo. Uma preta ter um carro melhor do que um branco. Uma preta estar numa posição melhor. Uma preta estar vestida melhor. Uma preta estar falando melhor. Estar se posicionando e estar pegando o seu lugar de fala, que é o seu de verdade. E aí, vem as chibatadas. Só que antigamente era aquela escravidão, era aquilo tudo, era tudo amarrado. Hoje, a gente tem liberdade. Hoje eu sou livre para fazer o que eu quiser. Hoje, ninguém pode me prender", destacou.
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