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Cantora agredida tenta separação litigiosa do marido: 'Ele queria me matar'

Bruno Feital foi flagrado agredindo Quesia Freitas - Reprodução/Instagram
Bruno Feital foi flagrado agredindo Quesia Freitas Imagem: Reprodução/Instagram

Guilherme Lucio da Rocha

Do UOL, em São Paulo

26/11/2020 13h33Atualizada em 26/11/2020 14h16

Quesia Freitas, a cantora gospel agredida pelo marido em um shopping do Rio de Janeiro na última sexta-feira (21), vem há meses tentando se separar de Bruno Feital.

A cantora passou os últimos dias em São Paulo, onde tentou ficar isolada em um retiro espiritual. Porém, hoje (26) ela está a caminho do Rio, onde prestará depoimento à polícia. Em entrevista a Splash enquanto aguardava seu voo, disse que acredita na Justiça.

Eu não queria mais estar casada. Tentei fugir, mas era uma situação muito complexa. Eu pedi a separação amigável, e ele não aceitou. Por isso entrei na Justiça, e o processo está em andamento. Espero que essa parte se resolva o quanto antes.

No pedido da defesa de Quesia, datado de 3 de junho, está o relato das diversas agressões que ela afirma ter sofrido do marido e boletins de ocorrência registrados pela cantora, além das medidas protetivas anteriores cedidas pela Justiça. Segundo a cantora, há duas semanas o marido ameaçou jogá-la da escada do prédio onde moram.

Splash tentou contato com Bruno e sua defesa, mas não obteve retorno. Se ele decidir se posicionar sobre as acusações, sua versão será imediatamente incluída.

Quesia Freitas foi agredida em público pelo marido - Reprodução/Facebook - Reprodução/Facebook
Quesia Freitas foi agredida em público pelo marido
Imagem: Reprodução/Facebook

A briga no shopping

Segundo Quesia, o episódio da última sexta-feira —que acabou tornando o caso público— começou quando ela e Bruno decidiram ir ao shopping para ter um momento tranquilo após um dia de trabalho.

Eu adoro tomar café com chocolate e decidimos passar no shopping e parar num quiosque. Chegando lá, não tinha o chocolate que ele queria. Foi aí que ele começou a reclamar, a ficar nervoso, a implicar com a minha bolsa [porque ela mexia no celular, que estava guardado], com tudo. Uma moça percebeu que ele estava alterado e começou a filmar.

O vídeo foi repostado pelo irmão de Quesia, o também cantor Juninho Black, e viralizou nas redes sociais. A cantora diz que o caso da última sexta-feira foi a gota d'água.

Eu não me casei com um homem violento, que ameaçava me matar. Com o passar do tempo, a situação foi piorando. Ele vigiava as minhas redes sociais, me controlava. Depois das agressões, ele sempre chorava e me pedia desculpa. Isso mexia comigo, eu ficava me culpando por algo que não tinha nada a ver comigo. Eu sou a vítima, eu sou a agredida.

Primeira agressão na lua de mel

Quesia vivia em São Paulo e conheceu Bruno em agosto de 2019, em uma viagem ao Rio de Janeiro. Ele era motorista de Uber, e os dois trocaram telefones durante uma corrida.

O casamento aconteceu um mês depois. Quesia, então, mudou-se para Rio e passou a morar com o marido. Um dia depois do matrimônio, ela diz que sofreu a primeira agressão.

Estávamos numa praia do Rio, e meu celular descarregou. Fui pegar o carregador no carro, e ele foi atrás. Entramos no carro juntos, e ele começou uma discussão sem motivo, dizendo que eu não iria mais trabalhar, porque mulher dele não trabalhava. E foi aí que me agrediu pela primeira vez.

Segundo números do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2020, a cada dois minutos uma mulher sofre violência doméstica física no Brasil. O balanço anual do Ligue 180, Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência do Governo Federal, divulgado em 2019, apontou que 78% das denúncias de violência doméstica foram contra atuais ou antigos parceiros e 55% foram feitas por mulheres negras.

A cantora já havia registrado quatro boletins de ocorrência contra o marido por agressão e conseguiu duas medidas protetivas para que Bruno mantivesse distância dela. As medidas foram anuladas após Quesia ter aceitado desculpas do marido e retirado as queixas. Ela diz que chegou a acreditar que ele pudesse "mudar de caráter".