Matheus Campos, de 'As Five', denuncia racismo de motorista de aplicativo
Matheus Campos, que interpreta Lito na série "As Five" (Globoplay), diz ter sofrido racismo de um motorista do aplicativo Uber, em São Paulo. De acordo com o ator, após pedir uma corrida na Avenida Brigadeiro Luís Antônio, foi deixado para trás. "Foi uma ação não muito surpreendente para mim porque já aconteceu seguidas vezes", explica à coluna de Patrícia Kogut.
"Eu moro na Avenida Brigadeiro, em São Paulo, então, é difícil para os carros pararem. Assim que saí do prédio e acenei para o motorista me enxergar, ele acelerou o carro e se distanciou de mim. Eu fui seguindo pela calçada e ele, pela avenida. Por mais que a gente fale do racismo cotidiano, a gente nunca está preparado. É humilhante passar por isso. Por mais que a gente fale, é sempre dolorido", desabafou.
Matheus, de 24 anos, afirmou que reportou o ocorrido à Uber, mas não gostou de "como se deu o contato da empresa". "O atendente pediu que eu fizesse a denúncia contra o motorista, mas eu não acho que as pessoas que prestam um serviço tão precário têm que ser demitidas. Sou a favor da orientação, da instrução."
"Eu quis saber se eles iam demitir o funcionário. Eles disseram que não empregavam ninguém, que só faziam parcerias. Mas colocar mais uma pessoa desempregada em São Paulo passa a ser um problema de todos nós. Eu queria que um diálogo com esse motorista fosse criado para que ele fosse qualificado. Não é porque ele foi racista comigo que quero punição", acrescentou o ator, que faz par romântico com Heslaine Vieira, a Ellen de "Malhação: Viva a Diferença" e "As Five".
"Eles registraram minha reclamação, houve o diálogo, mas eu queria saber o que de fato seria feito com ele. Eles disseram que a ação era sigilosa. Eu decidi conversar com alguns amigos para entender. E por enquanto o procedimento está parado. Em carros de aplicativo, é comum acontecer preconceito."
"Em outra ocasião, o motorista me perguntou se eu estava indo a uma região periférica da cidade. Eu disse que não, mas que, se estivesse, isso não deveria ser levado em consideração. E ele só me perguntou isso porque associou minha cor à periferia. Claro que entra o medo com que todos vivemos, mas entram preconceito e racismo, obviamente", completou.
Em nota, a Uber afirmou considerar "inaceitável" a discriminação relatada por Matheus. "Ressaltamos sempre a importância de reportar esses incidentes à Uber pelo próprio aplicativo, para que possamos tomar as medidas necessárias. Este tipo de comportamento configura violação ao Código de Conduta da Comunidade Uber."
A empresa ainda afirmou que a conta do motorista em questão foi desativada da plataforma e que a Uber "está à disposição para colaborar com as autoridades responsáveis para investigação do caso."
"Sabemos que o preconceito, infelizmente, ainda permeia a nossa sociedade e que cabe a todos nós combatê-lo. Como parte desses esforços a Uber lançou, por exemplo, o podcast Fala Parceiro de Respeito, em parceria com a Promundo, com conteúdos educativos sobre racismo. Além disso, em parceria com as advogadas da deFEMde, a empresa revisou o processo de atendimento na plataforma, a fim de facilitar as denúncias de racismo e acolher melhor o relato da vítima", explica a empresa.
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