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Huck rebate deputado que o citou ao se defender de assédio: 'Repúdio'

29.nov.2020 - Luciano Huck vota no segundo turno no Rio de Janeiro - BEATRIZ ORLE/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
29.nov.2020 - Luciano Huck vota no segundo turno no Rio de Janeiro Imagem: BEATRIZ ORLE/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo

06/01/2021 16h02

Luciano Huck se posicionou contra o deputado estadual Fernando Cury (Cidadania-SP), que o citou em defesa contra acusação de assédio levantada pela colega de Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo), Isa Penna (PSOL).

Aos assediadores, o rigor da lei. E o repúdio público. A luta das mulheres por igualdade é uma luta de todos nós. É uma questão de toda a sociedade, muito além das disputas partidárias, crenças ou ideologias."
Luciano Huck sobre caso de assédio

Como Huck entrou na história?

O deputado estadual Fernando Cury (Cidadania) - Arquivo Agência Alesp - Arquivo Agência Alesp
O deputado estadual Fernando Cury (Cidadania)
Imagem: Arquivo Agência Alesp

Em peça de defesa endereçada à comissão de ética do seu partido, que abriu processo para investigá-lo, o deputado Cury citou uma possível candidatura de Luciano Huck à presidência em 2022, pelo Cidadania, como motivo para a sua condenação.

"Nada justifica (nem mesmo a eventual candidatura pelo Cidadania de Luciano Huck à presidência da República) o desrespeito da Constituição da República e das regras procedimentais do código de ética por parte do próprio partido e de seu presidente nacional, Roberto Freire, prejulgando e prejudicando as regras de competência", escreveu ele no documento.

Isa Penna tuitou em reação à defesa de Cury: "[Ele] e seus assessores não irão usar um caso de assédio para fazer espetáculo com cortina de fumaça, citando até Luciano Huck. Tenho certeza que Huck também não quer seu nome associado a um assédio. A Alesp e os meus colegas precisam abrir já uma sessão extraordinária. É repugnante saber que estes assessores agem a sangue frio, colocando maquiagens para desviar um assunto criminoso. É um desrespeito com as mulheres no Brasil, enquanto eles ganham tempo mulheres são estupradas, assediadas e assassinadas".

O caso

Penna registrou queixa contra Cury em 17 de dezembro por um incidente, filmado pelas câmeras da Alesp, em que ele se aproximou por trás da deputada, colocou e manteve as mãos em sua cintura, na altura dos seios.

Nas cenas, Penna reage e afasta o deputado com as mãos. Ele, então, põe a mão sobre o ombro da deputada, que reage novamente. Os dois gesticulam e conversam com o presidente da Assembleia, Cauê Macris (PSDB), até que Cury se afasta.

Dias depois, Cury negou que houve tentativa de assédio em seu gesto, pedindo desculpas a Penna "se ela se sentiu ofendida com o abraço que ele a deu". A deputada, por sua vez, disse que só aceitaria as desculpas se o colega reconhecesse que houve assédio.

Por enquanto, nem a direção do Cidadania nem o Conselho de Ética da Alesp chegaram a um veredito no processo contra Cury.