Psicólogos criticam 'BBB' por falta de apoio a participantes negros
Uma associação de psicólogos negros publicou uma nota de repúdio contra o "BBB 21" pela falta de avaliação e suporte à saúde mental dos participantes negros da edição.
A ANPSINEP (Articulação Nacional de Psicologas(os) Negras(os) e Pesquisadoras(es)) afirmou que a produção do reality não soube lidar de maneira adequada com as situações envolvendo o brother Lucas Penteado, que nos últimos dias foi alvo de ataques de outros confinados, destacando o impacto da "estrutura racista" no assunto.
"A ANPSINEP vem a público manifestar repúdio a forma como a direção do Programa Big Brother Brasil 21 vem tratando a situação ali exposta em relação à pauta da saúde mental de seus participantes. Num país estruturado pelo racismo que maltrata, humilha, segrega, violenta e assassina, é inadmissível incluir participantes negros e negras sem considerar, avaliar e prestar suporte adequado a sua saúde mental, já comprometida em função do estresse provocado pela pandemia e isolamento social", defendeu a associação em nota à imprensa.
Eles ainda defenderam que a omissão da produção do "BBB" "provoca danos graves e contribui para o agravamento do estado emocional" de Lucas, criticando a falta de intervenção em relação às "humilhações" dentro da casa.
"Incluir participantes negras e negros na casa, sem medidas responsivas de enfrentamento a toda forma de humilhação, bem como de atenção à saúde mental dos brothers e sisters, significa reforçar o que há de mais execrável na sociedade brasileira, ou seja, o descaso e a mercantilização de nossos corpos e subjetividades. O racismo estrutural provoca violência social grave; o racismo golpeia a população negra em todos os âmbitos da vida, atingindo com força constituição psíquica", detalharam os psicólogos.
A ANPSINEP ainda listou uma série de recomendações que avaliaram como as mais adequadas para abordar a situação. Entre elas estão a "imediata e especial atenção às pessoas negras que estão em situação de violência e adoecimento mental dentro da casa", uma campanha pública "reconhecendo a importância do cuidado em saúde mental" e a "oferta de avaliação diagnostica psicológica ao participante Lucas", que já se consultou com uma profissional esta semana.
Entenda
Após se envolver em uma série de confusões na festa do último final de semana, Lucas Penteado passou a ser alvo de hostilidade de outros participantes, irritados com os comportamentos do ator, que chegou a sugerir a exclusão dos brancos da casa e discutiu com Camilla de Lucas e Kerline, primeira eliminada da edição.
Mas o brother, de 24 anos, passou a receber solidariedade do público depois que os ataques ganharam contornos violentos. Karol Conká atacou a religião de Lucas, afirmou que ele era "bafudo", e expulsou o ator da mesa de almoço, o obrigando a comer depois, sozinho.
Agora, com uma aparente trégua de Konká, que voltou suas críticas a Juliette, Lumena e Nego Di viraram os "algozes" do participante.
A psicóloga e DJ surpreendeu os fãs do programa ao aparecer gritando com Lucas na cozinha, sem que ele tivesse dito nada.
Já Nego Di afirmou que teve que se segurar para não agredi-lo durante uma briga na noite de terça-feira (02). Ele foi ainda mais longe ao dizer: "Se eu pegar ele vão ter que me tirar de cima, se não eu mato, entendeu?".
Curiosamente, durante outra discussão com o ator na madrugada de hoje, o humorista mostrou seu lado mais punitivista, afirmando que "quem mata, merece morrer".
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