O que espera Karol aqui fora: ex-brothers contam como é ser vilão no 'BBB'
Vítimas da edição ou articuladores impiedosos? Alguns participantes ficarão para sempre marcados como vilões do "BBB". É o caso de Alberto Caubói, do "BBB 7", e de Patrícia Leitte, do "BBB 18". É também para onde está caminhando Karol Conká na atual edição.
Depois dos inúmeros comentários desagradáveis que desferiu contra Lucas e Juliette ao longo da última semana, a cantora virou desafeto do público, que mal pode esperar para eliminá-la do jogo. Mas o que será que aguarda a "mamacita" aqui do lado de fora? Conversamos com Alberto e Patrícia para descobrir.
A forma como a pessoa é mostrada a transforma em vilã ou mocinha. E suas atitudes contribuem para isso. Todo o mundo ali quer ganhar. Não é por defender meu lado que sou vilão. Existe algo chamado caráter, respeito. A Karol está se perdendo diante de uma bandeira que ela carrega. É muito fácil subir num pedestal e defender certas coisas e agora não agir da mesma forma.
Alberto Caubói
Vejo a Karol como arrogante. Ela não dá abertura para ouvir as pessoas. Não tem empatia por ninguém, isso é péssimo. As pessoas têm medo dela. Pensam que ela está certa e que o público vai comprar o lado dela. Mas, no "BBB", você nunca sabe.
Patrícia Leitte
Novela da vida real
O "BBB" é um reality show, mas também precisa dos ingredientes de uma boa novela para fazer sucesso. Um casal apaixonado, heróis por quem torcemos e, claro, vilões que odiamos. Alberto e Patrícia defendem que a edição mostrada na TV reforça narrativas específicas.
"Hoje, o que tem de gente que me para na rua e fala que o Alemão não ganharia nunca... Eles tentaram montar uma novela meio forçada. Meu inimigo não era ele, era a produção", dispara Alberto. "Ele foi protegido pela produção. Nunca fiz nada lá dentro por maldade, eu era inteligente no jogo", opina.
Alemão caiu no gosto do público graças ao triângulo amoroso com Íris e Fani. Já Alberto virou o principal alvo da audiência quando conseguiu eliminar um por um dos aliados do futuro vencedor. Se ele se arrepende? Claro que não. "Não conseguiria fazer diferente. Não seria correto", pontua.
No "BBB 18", até uma fala da novela "Do Outro Lado do Paraíso" acabou invadindo o programa. "Vocês não sabem o prazer que é estar de volta", festejou Gleici, após retornar de um paredão falso. Patrícia, a responsável por emparedar Gleici, sucumbiu à ira do público e acabou eliminada com 94% dos votos, uma das maiores rejeições da história do programa.
Entendi que ela quis fazer a novelinha toda. A gente se acertou aqui fora. Ela sabe que eu não a odeio. Acredito que ela também não tenha ódio de mim. Ela cresceu porque tivemos aquele embate, talvez ela tivesse sido uma planta. Ela tem que me agradecer. Talvez a campeã nem tivesse sido ela.
"O paredão falso me prejudicou muito. É desleal. Poderia ter ido mais longe", relembra Patrícia. "Acho a fama de vilã injusta. Só joguei e coloquei a favorita do público no paredão. Não fui gordofóbica, homofóbica, racista ou intolerante. Me arrependo de alguns comentários, mas não vivi uma personagem", opina a ex-sister.
Percepção do jogo
É fácil reparar quando algum participante vira favorito do público? Alberto e Patrícia acreditam que a visão de quem está dentro da casa é bastante limitada. Na edição atual, por exemplo, Karol domina as rodas de conversa e é amiga da maior parte dos brothers, mesmo sendo rejeitada aqui fora.
"A gente precisa ser muito sensível para ter essa percepção. No começo, não dá para ter ideia de nada", diz Alberto. "O Alemão era tosco lá dentro: rude, mal educado, arrotava, peidava, era o macho escroto. Quando ele começou a voltar de todos os paredões, eu saquei. Já sabia que, por estar do lado oposto, eu seria o vilão malvisto aqui fora", admite.
"Eu fui influenciada pelas pessoas a quem me aliei no jogo. Acho que fui muito envenenada. Passei dois meses na casa sem tomar voto, mesmo com o pessoal querendo me matar aqui fora. Se a Gleici não tivesse me botado no paredão, eu não iria", defende Patrícia.
E será que o povo do "BBB 21" vai se tocar de que Karol é persona non grata aqui fora? "As pessoas têm medo de se posicionar. Quem não se posiciona vai na opinião dos outros. A Karol fala, e eles abaixam a cabeça. Mas acho que daqui a pouco alguns vão tomar as dores do Lucas", torce Alberto.
Recepção do público
Sair do "BBB" é sempre complicado. É quando eles percebem que a vida realmente mudou. Imagina, então, ser eliminado com rejeição em alta e fama de vilão? Patrícia compara sua situação à de um dos nomes mais emblemáticos da TV brasileira.
Me viram como a Carminha de "Avenida Brasil"! A maldosa que botou a mocinha no paredão. Achei que apanharia na rua, a situação foi muito pesada. Mas quando cheguei a Fortaleza e vi 500 pessoas gritando meu nome no aeroporto, fiquei surpresa e me emocionei. Meu pedido de desculpas foi sincero
Na época de Alberto, lá em 2007, as redes sociais nem mesmo existiam. Ele acompanhava os comentários sobre sua participação no finado Orkut e acredita que a alcunha de vilão pode tê-lo prejudicado.
Virei a noite lendo as mensagens que recebi. Eram dez ruins e uma boa. Hoje, essa raiva chega mais rápido. Teve ocasiões em que pessoas me ofenderam, mas nunca reagi. Sair com fama de vilão não é legal. Talvez eu tenha deixado de fazer alguns trabalhos. Nenhuma marca quer se associar a alguém com uma imagem assim. Em contrapartida, sou lembrado até hoje, 14 anos depois. Melhor do que ser planta, né?
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