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Raquel Pacheco revela ter sido abusada pelo pai: 'Só entendi recentemente'

Raquel Pacheco, a Bruna Surfistinha, em post nas redes sociais - Reprodução/Instagram
Raquel Pacheco, a Bruna Surfistinha, em post nas redes sociais Imagem: Reprodução/Instagram

Colaboração para o UOL, em São Paulo

11/02/2021 10h09

Rachel Pacheco foi adotada aos 5 anos de idade, mas fugiu da casa dos pais aos 17. Pouco depois, ela ganhou notoriedade por criar um blog contando suas experiências sexuais no mundo da prostituição como Bruna Surfistinha.

Depois de parar de fazer programas, Rachel Pacheco escreveu quatro livros contando sobre a sua vida e foi inspiração para filmes e séries, como "Bruna Surfistinha" e "Me Chama de Bruna".

Em sua descrição no Instagram, ela diz ser "aquela que deu certo". Para a revista Marie Claire, Raquel conta que a frase surgiu de uma sessão de terapia.

Quem é a Bruna para você hoje?'. Falei, muito espontaneamente: 'É aquela que deu certo'. Porque consegui sair da prostituição e não são todas que têm essa oportunidade."

Durante a entrevista, Pacheco fala sobre o vazio que carrega desde que descobriu que foi adotada. "Eu tinha 5 anos. Minha mãe estava me arrumando para a escola e do nada falou: "Preciso te contar uma coisa."

"Foi muito violento, lembro como se fosse ontem. Aos 12 anos, esse assunto voltou à tona e meu pai me disse: 'Se um dia você quiser saber sua história, pode conversar com a gente'", explica Bruna.

Questionada sobre ter sofrido algum tipo de abuso sexual, a escritora respondeu que sim. "Eu tinha uns 7 anos e acordei com o meu pai passando a mão no meu corpo".

Me assustei, mas não tinha noção do que estava acontecendo e aquilo nunca mais se repetiu. Mas só entendi e elaborei isso muito recentemente. Em uma constelação familiar."

"Numa dessas práticas de constelação, minha mãe adotiva não conseguia olhar para a minha mãe biológica. Parei por causa da pandemia, mas entendi, com isso, que meu pai adotivo pode ser meu pai biológico", confessou.

"Na constelação familiar, minha mãe biológica não conseguia ficar frente a frente com o meu pai. Ele chorava e também não conseguia olhar para a minha mãe, mas com um sentimento diferente. Ele sentia culpa e ela, mágoa."

Sobre sua mãe biológica, Rachel Pacheco acredita ser alguém próximo a família. "Pode ser uma tia materna, alguma parente próxima. Hoje percebi que, além de minha mãe adotiva não ter voz e ter se anulado, ela guardava muita coisa.

"Quando fugi, talvez tenha sido um alívio, porque mais uma pessoa dessa teia foi embora da vida dela. Pode ser esse o motivo de ela não me aceitar até hoje."