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Ex-BBB Nat Castro critica produção do reality: 'Tive ataques de pânico'

Natália Castro, do "BBB 11", lembrou choro com ensaio sensual e "pirada" após reality - Reprodução/Instagram
Natália Castro, do "BBB 11", lembrou choro com ensaio sensual e "pirada" após reality Imagem: Reprodução/Instagram

Colaboração para o UOL, em São Paulo

12/02/2021 09h19Atualizada em 12/02/2021 09h19

Natália Castro marcou sua passagem pelo "BBB 11" como uma participante discreta, mas conhecida pela amizade com Diana, quarta colocada da edição, com alguns espectadores torcendo inclusive por um possível casal.

Exatamente 10 anos depois, a analista criminal conta que ainda mantém a amizade com a produtora cultural e diz não se arrepender de ter participado do programa, apesar de destacar que sofreu com sequelas psicológicas da fama repentina, criticando a falta de amparo da produção.

"Quando eu saí do 'Big Brother', eu acho que acontece muito, é um choque muito grande, porque todo mundo te conhece. Você não tem privacidade na rua, por mais que você saiba que é isso que acontece, quando você sente, por mais que você esteja psicologicamente preparado...eu tive ataques de pânico, principalmente quando eu voltei para os Estados Unidos", contou a agora coach de saúde, de 37 anos, que morava em Miami antes do reality e voltou ao estado americano em 2013, contando que sofreu com o assédio da comunidade brasileira mesmo no exterior.

"Aquilo psicologicamente foi um peso muito grande, e trabalhando como perita criminal teve um peso muito grande também. E aí eu decidi recomeçar do 0, e tive uma oportunidade pra trabalhar com gerenciamento em banco, cresci nessa área, e agora me formei health coach", detalhou Natália ao canal Clube da Vip, no Youtube.

A ex-BBB deixou claro que sua mudança de vida não foi apenas uma escolha pessoal, mas também uma necessidade graças ao preconceito que passou a sofrer por ter participado do reality e, depois, posado nua.

"Eu queria ficar no Brasil, consegui um trabalho, passei por todo o processo, eu ia trabalhar no consulado americano. Na entrevista eu fui até meio que disfarçada, coloquei um óculos, fui toda diferente, fiz os exames, no dia em que eu fui lá pra acertar tudo eu vi uma mulher olhando pra mim...eu vi que ela me reconheceu. No dia seguinte eu recebo falando: desistimos da vaga", lamentou ela.

"Pode ser até pelo fato de eu ter posado nua, porque se pesquisasse meu nome ia aparecer minha foto toda peladona. Então, tem esse preconceito, de ser ex-BBB, de ter posado nua, acho que sofri mais por essas consequências", ponderou.

Natália ainda criticou a falta de apoio da própria produção do reality para que os participantes lidem com as mudanças repentinas, afirmando que, na sua época, os confinados não contavam com a ajuda de psicólogos durante o jogo, ao contrário do que acontece atualmente.

Falta de apoio no "BBB"

"A pirada não foi nem por estar ali dentro, foi pelo que aconteceu depois. Quando você está lá dentro, todo mundo fala que esqueceu das câmeras mas é mentira, porque por mais que você esqueça de se vigiar o tempo todo, você sabe no inconsciente que está sendo filmado. Pra mim, eu vigiava 3 mil vezes as coisas que eu falava, então quando você vigia o que você fala você faz uma auto análise muito grande. E, depois que você sai, você pode levar aquilo da maneira que você quiser, e eu levei de uma maneira muito autopunitiva", avaliou ela.

"Demorou muitos anos pra eu ir procurar um psicólogo, e eu vejo hoje, tô vendo hoje o 'Big Brother', e eu acho que isso é um dos termos da Globo, sabia? Eu acho que hoje a Globo oferece[psicóloga], mas na minha época as pessoas saiam com uma mão na frente e outra atrás. o processo do 'Big Brother' te oferece um psicólogo no processo antes, mas eu nunca vi ninguém falando com psicólogo durante, no meu programa. então acho que o que falta na Globo realmente é esse apoio psicológico quando as coisas passam, porque é um choque muito grande", criticou.

Natália ainda contou que, apesar de ter sido eliminada com apenas 1 mês de programa, conseguiu viver dois anos no Rio de Janeiro apenas com o cachê que ganhou ao posar nua para a revista Sexy, dizendo que chegou a ser sondada para fazer uma capa em dupla com Diana, e que foi a colega de confinamento que não topou.

Apesar de ter enfrentado preconceito pelo ensaio, ela deixou claro que tem orgulho das fotos, e que, apesar de não ter vontade de participar de outro reality, não se arrepende de sua trajetória como ex-BBB.

"Eu pensei: isso aqui me sustenta pelo menos 2 anos no Brasil, então eu fiquei tranquila. E quando eu peguei a revista a primeira vez eu comecei a chorar e pensei: gente, que coisa linda", concluiu ela ao rever a capa da produção.