Com mais de 40 anos de carreira e papeis em novelas como "Cabocla" e "Da Cor do Pecado", Raymundo de Souza viu sua vida virar de cabeça para baixo em 2018, após sofrer um acidente de moto e passar mais de sete meses internado.
Mas depois de 65 cirurgias, o ator de 68 anos comemora sua volta ao trabalho, emendando um pequeno papel em "Gênesis", obra bíblica da Record TV, com a próxima novela inédita das 18h da Globo, "Nos Tempos do Imperador", que deve estrear após a reprise de "A Vida da Gente".
"Eu só tenho essa profissão na minha vida, desde 1978. Nunca fiquei tanto tempo afastado daquilo que amo fazer: representar. Ainda estou com pinos nas pernas, mas foi muito emocionante ver como as pessoas me receberam, ver os cuidados dos colegas, da produção", contou Raymundo em entrevista à coluna de Patrícia Kogut.
Na novela da Globo, que terá Selton Mello na pele do protagonista D. Pedro II, ele será o diretor de uma universidade de medicina.
"Foi muito legal fazer esse papel numa história de época. Gravamos em 2020, antes de a pandemia começar. Também fiz o filme 'Flor da Gigoia', com Babu Santana. Quando as pessoas acreditam no nosso trabalho, mesmo machucados e feridos, encontramos maneiras", filosofou o ator, que apesar da melhora ainda está em tratamento, andando com apoio de muletas.
Raymundo sofreu o acidente de moto em abril de 2018 e quebrou a perna. Mas ao ser hospitalizado, teve uma necrose no membro e passou por um período difícil para salvar o membro.
"Cheguei ao hospital numa terça e marcaram de me operar no sábado. Não era para ter acontecido desta maneira, e a minha perna necrosou, tive uma infecção hospitalar no osso. Tiveram que tirar 80% da minha pele entre o tornozelo e o joelho. Adiante, tive que passar por procedimentos para colocar pinos, depois cirurgias para colocar enxertos...Ao todo, já foram 65 cirurgias", detalhou ele, que passou pelo último procedimento há apenas 15 dias.
O artista ainda comparou sua vivência no hospital com um "treinamento" do isolamento social vivido pela população durante a pandemia de covid-19, levantando uma bandeira otimista sobre os desafios com sua saúde.
"As pessoas estão há um ano em casa por conta da pandemia, mas eu vivi isso antes: fiquei oito meses num hospital sem ver a luz do sol. Os médicos dizem que as pessoas, por muito menos, deprimem-se. Coisa pior podia ter acontecido: na infecção, por exemplo, a bactéria podia ter ido para o sangue. E não aconteceu. Eu me sinto um vencedor por ter conseguido passar por isso. Foram muitas idas ao hospital, muitos procedimentos. Ficam até alguns traumas. Agora, uma das sequelas é que tenho a perna direita menor do que a esquerda em três centímetros", disse, exaltando o "orgulho" que tem de sua postura diante da adversidade.
"Tive momentos de profunda tristeza e, se eu não tivesse cuidado disso, teria entrado em parafuso. Me ajudou muito ter recebido o apoio da minha mulher (a executiva Fabrícia Oliveira) e dos meus amigos. Também fiz meditação. A gente se apegar às coisas positivas colabora. Tenho orgulho da minha trajetória", concluiu.
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