Afrânio de 'Malhação', ator relembra prisão e processo por agressão

Apesar dos mais de 50 filmes no currículo, o rosto de Charles Paraventi se tornou conhecido do público brasileiro na televisão, como o professor Afrânio de "Malhação".

Entre 2001 e 2007, o ator norte-americano, naturalizado brasileiro, interpretou o personagem excêntrico do Múltipla Escolha, mas sua vida virou um ano antes de deixar a novelinha teen, quando foi preso por porte de maconha e tentativa de suborno no Rio de Janeiro, afirmando que foram os policiais que tentaram o extorquir.

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"Após esses episódios, tive alguns momentos de desespero, em que achei que não conseguiria mais me recuperar. Você constrói uma carreira de 30 anos e, de repente, por conta de episódios infelizes, tudo pode ir por água abaixo. Foi graças a pessoas da própria indústria que acreditaram em mim que consegui me reerguer. A verdade é que eu nunca parei de trabalhar. Eu saí, sim, da televisão, mas continuei fazendo cinema e outros trabalhos", contou ele à coluna de Patrícia Kogut.

Hoje gravando a novela "Gênesis", da Record TV, Paraventi detalha que enfrentou um segundo baque em 2011, depois que foi detido novamente acusado de agredir a ex-mulher, sendo absolvido após o julgamento.

"Na época, eu já estava separado e com a minha atual companheira, mas tivemos que morar todos numa mesma casa durante um período: eu, minha namorada, minha ex e minha filha. Aí foi pior do que qualquer "Big Brother". Mas eu nunca encostei nela. Ela fez essa denúncia falsa por conta das brigas e, no fim das contas, fui absolvido", afirma ele, que tem uma filha de 17 anos com a ex.

"Depois disso, ela e a minha filha foram para São Paulo. Esse episódio foi um desastre para mim, porque abalou a minha relação com a minha filha e não pude vê-la crescer. Mas hoje está tudo superado. Eu já a perdoei e tenho contato com a minha filha frequentemente", completou.

Ao lembrar seu passado na TV Globo, tendo voltado para "Malhação" em uma participação em 2018, o ator fala com carinho das interações com o público por sua história na novela.

"Até hoje as pessoas me param na rua e me chamam de professor Afrânio. Ele era muito querido por todos e representa aquilo que eu sempre acreditei que o educador deve ser: divertido e lúdico. Muitos me abordam para saber se mim e o que estou fazendo atualmente", diz.

Agora, além das gravações para "Gênesis", Paraventi está terminando o roteiro de seu primeiro longa, um drama. Em meio ao sucesso na profissão, ele também comemora o bom momento com a mulher, Nayara, sua companheira há 15 anos.

"Eu achei que a gente fosse se matar, mas tem sido maravilhoso, porque passamos a tomar café da manhã, almoçar e jantar juntos. Isso nos aproximou", concluiu ele ao avaliar a convivência intensa na quarentena.