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Repórter da CNN diz que sofreu ameaça de seguranças do governo

Carla Bridi, repórter da CNN Brasil - Reprodução / Instagram
Carla Bridi, repórter da CNN Brasil Imagem: Reprodução / Instagram

Do UOL, em São Paulo

03/05/2021 11h07Atualizada em 03/05/2021 12h30

Carla Bridi, repórter da CNN em Brasília, relatou ter sofrido ameaças por parte da segurança do governo no Palácio do Planalto neste domingo (2).

Enquanto tentava seguir o comboio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), ela disse ter sido intimidada por um segurança sem máscara de proteção contra a covid-19. No momento, ele ainda teria colocado a mão em cima da própria arma. O relato da jornalista foi feito no Twitter.

Ela ainda contou que o segurança disse que anotaria o nome da equipe — o que ela se recusou a passar. Além disso, também houve hostilização por parte dos apoiadores do presidente.

"Em resumo, hostilização por parte de seguranças e apoiadores do Presidente, em pleno domingo de plantão. No fim, um outro segurança foi chamar atenção do apoiador que nos xingou. E pediu pra que não fizéssemos matérias sobre a confusão. Em troca, não iria anotar nossos nomes", finalizou Carla.

Em nota, a emissora se manifestou em relação ao tratamento dispensado à repórter.

"A CNN Brasil repudia intimidações a jornalistas e ameaças à liberdade de expressão, e defende a imprensa independente, garantida pela Constituição, como um alicerce do estado democrático de direito", diz o texto.

Procurada pelo UOL, a Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social) afirmou que foi cumprido o protocolo de segurança existente para esse tipo de evento no Palácio do Planalto, e que a versão publicada por Carla Bridi "distorce o fato ocorrido e carece de credibilidade."

"Os profissionais de imprensa e os apoiadores do Presidente têm ciência de que, na iminência da sua entrada ou saída do Palácio Alvorada, bem como após suas palavras ao público presente, todos devem aguardar a saída do comboio para se movimentarem", diz o comunicado.

O órgão reforçou que alguns repórteres julgaram "erradamente" que o presidente sairia do Alvorada, e que por isso os agentes "corretamente executaram as normas vigentes."