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Repórter agredido em ato pró-Bolsonaro diz que polícia investiga suspeitos

Repórter da CNN precisou ser escoltado durante ato pró-Bolsonaro no Rio de Janeiro após agressões verbais - Reprodução / Twitter
Repórter da CNN precisou ser escoltado durante ato pró-Bolsonaro no Rio de Janeiro após agressões verbais Imagem: Reprodução / Twitter

Do UOL, em São Paulo

25/05/2021 20h23

O jornalista Pedro Duran, repórter da CNN Brasil, disse hoje no Twitter que fez um Boletim de Ocorrência após ser alvo de agressões verbais e físicas durante o ato organizado pelos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), no Rio de Janeiro, no final de semana.

"A escolha pelo Jornalismo é necessariamente uma escolha pela paz. Mas a liberdade de expressão tem limites. As agressões que sofri foram registradas ontem na 9ª delegacia, do Flamengo, que já está investigando o caso. A perícia nas imagens tentará identificar 5 suspeitos", escreveu Pedro no Twitter.

"Ninguém gosta de ser agredido enquanto está trabalhando, ainda mais num domingo e por um grupo de pessoas. Ninguém escolhe ser escoltado em uma viatura. Eu não tive alternativa. Desde o início a CNN esteve do meu lado e respeitou minhas decisões — e meu tempo", acrescentou.

Pedro ainda contou que esta não foi a primeira vez que recorreu à polícia após ser alvo de insultos e agradeceu quem mandou mensagens de apoio.

"Me comprometo a trazer atualizações sobre os desdobramentos da investigação, mas por enquanto continuo empenhado em contar histórias. Essa sempre será minha contribuição com a democracia do nosso país e com quem me acompanha por aqui. Um abraço e obrigado, pessoal", finalizou.

Em imagens compartilhadas na internet é possível ver apoiadores de Bolsonaro intimidando o jornalista a não executar seu trabalho com palavras como "vai para casa", "vagabundo" e "lixo". Segundo o UOL apurou, Pedro Duran também recebeu socos e chutes.

Um apoiador chega a tentar impedir que o jornalista prosseguisse para se retirar do local, obstruindo a passagem com uma bandeira do Brasil, enquanto os demais repetem em coro as agressões.

Durante o trajeto até a viatura da polícia, o profissional de imprensa foi tocado por apoiadores, que o criticavam por reportar os fatos ocorridos durante a passeata motociclística.