Ex-panicat relata assédio sexual e moral no 'Pânico': 'Ambiente tóxico'
A ex-panicat Gabi Levinnt disse que sofreu episódios de assédio moral e sexual entre 2012 e 2018 enquanto trabalhava no programa humorístico "Pânico" — que teve passagens pela RedeTV!, Band e continua no YouTube e na rádio Jovem Pan.
A modelo contou ao jornal O Dia que fez terapia para tratar da depressão e que mais ex-assistentes de palco passavam pelo assédio.
Eu falo de fofocas e principalmente de assédios sexual e moral que eu sofri durante os quatros anos que trabalhei no 'Pânico'. Entrei lá em 2012 e saí em 2018 e vi como era um ambiente machista e tóxico. Muita baixaria.
Ela lembrou da primeira participação em um quadro quando ainda fazia parte do extinto "Legendários", da Record TV. A partir daí, Gabi fez mais aparições no "Pânico".
Passei a ser chamada para outras gravações e uma vez no intervalo de uma delas, um dos diretores me chamou para um reservado. Eu juro que achei que ele iria passar alguma coisa, uma dica ou me cobrar algo. Não levei na maldade mesmo, mas aí ele me agarrou e colocou o p... para fora. Praticamente me obrigou a fazer um bo... e disse : 'se você quer aparecer mais, tem que colaborar'. Saí correndo, me mantive quieta o resto do dia e deixei para pensar o que iria fazer no dia seguinte. Decidi ver qual era a situação.
Procurada pelo UOL, a assessoria da Jovem Pan, emissora do programa, não respondeu os questionamentos.
Gabi não citou nomes de ex-colegas de elenco ou qual diretor estaria envolvido na situação.
Percebi que aquilo era uma coisa rotineira e que todas as meninas eram assediadas. Das panicats mais famosas até as que só eram participantes de alguns quadros como eu era, todas eram assediadas sexualmente. Também fui vendo que as meninas que topavam 'colaborar' iam subindo, iam aparecendo mais nos programas, ganhavam destaques Nós éramos chamadas de p... e vagabundas pelos diretores e pelos atores. Diariamente. Os únicos que nos respeitavam eram o Carioca, Ceará e o Emílio. O resto nos xingava direito. Eu não ligava muitos para os xingamentos e não me afetavam porque eu sabia que aqueles adjetivos não eram pra mim. O que me deixava irritada e possuída de ódio era ter que sair ou dar para alguém para ganhar um destaque no programa. Também não gostava quando passavam a mão na minha bunda. Era direto, eu ficava indignada.
A modelo disse que não denunciou na época pela necessidade de seguir trabalhando — com a publicidade que o programa trazia — e que, dois meses após sair do elenco, o programa acabou na Band.
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