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Rafael Cardoso explica cirurgia no coração: 'Eu era uma bomba-relógio'

Rafael Cardoso passa por cirurgia para implantar desfibrilador cardíaco - Reprodução/Instagram
Rafael Cardoso passa por cirurgia para implantar desfibrilador cardíaco Imagem: Reprodução/Instagram

Colaboração para o UOL, em São Paulo

09/06/2021 17h55

O ator Rafael Cardoso, de 35 anos está em recuperação de uma cirurgia de implante de desfibrilador cardíaco, realizado no último dia 3, para cuidar de uma doença chamada miocardiopatia hipertrófica. O procedimento é um método preventivo para evitar uma morte súbita.

Em live realizada no Instagram, o artista, que está no ar com a novela "Salve-se quem puder", na Rede Globo, confessou que tinha conhecimento de um sopro no coração dos tempos em que era atleta de futebol, mas parou de fazer acompanhamento médico por relaxamento por se sentir bem.

Sempre fui atleta. Joguei futebol no [nos times] Grêmio, Aimoré e Internacional. Sempre corri, malhei e o diagnóstico que tive lá trás é que eu tinha um sopro no coração. Eu tinha, mas estava controlada e não continuei acompanhando porque tava tudo certo e por um relaxamento de não ir atrás mesmo.

Rafael acabou descobrindo a miocardiopatia hipertrófica após muita cobrança da mãe, sogra e mulher para fazer uma bateria de exames depois de ter se curado da covid-19 - no ano passado.

Descobri por livre e espontânea pressão da minha mãe, sogra e da Mariana [Bridi], minha esposa. Eu sempre fiz tudo, meia maratona, crossfit, pelada três vezes na semana, trabalhava de madrugada... Fiz o exame e demorou quatro meses para eu voltar para ver porque tava na roça, mas a minha prepotência foi grande porque o médico disse que tinha alguma coisa errada. [Na época do exame], eu tava malhando pra cacete pra novela e tava fortão e tinha malhado perna um dia antes. Aí, fui fazer bicicleta e a minha perna queimou rápido. Só que ele viu que o meu coração começou a desfibrilhar errado e eu, na minha ignorância, falei que foi porque eu malhei perna pesadão.

A descoberta da doença aconteceu de maneira um tanto quanto assustadora: os exames apontaram uma hipertrofia de 20 milímetros no coração e 14% de fibrose no órgão - sendo que até 10% é o limite do normal e 20% é apontado como caso grave.

Deixei quatro meses se passarem, [voltei] e vimos que eu tava com 14% de fibrose com 20 milímetros de hipertrofia. Com o meu histórico familiar, eu era uma bomba-relógio. Não morri porque não tinha que morrer e me assustei bastante.

A cirurgia

Rafael Cardoso contou que decidiu fazer a cirurgia logo após o diagnóstico pelo medo de deixar os dois filhos (Valentim e Aurora) sozinhos, além de ter o conhecimento de cinco mortes súbitas na família.

A minha tia Janete, de 19 anos, correu para pegar um ônibus e, assim que sentou no banco, morreu. Meu tio Beto morreu dentro do carro, meu tio Zezinho morreu na rua, meu avó infartou e meu primo de 5 anos, e com diabetes, morreu de infarto também por conta disso. É uma doença silenciosa e quando soube que poderia ter uma morte súbita pensei nos meus filhos.

O ator colocou um CDI (Aparelhos Cardioversores desfibriladores implantáveis) no lado direito de seu peito e terá de dormir ao lado de um aparelho que diariamente - por volta das 2h da madrugada - irá encaminhar as informações colhidas de seu coração ao longo do dia para uma central onde os médicos têm acesso.

"Se tiver um alerta vermelho, vai tocar o telefone de todo mundo porque eu vou estar tendo um treco. Se aparecer um alerta amarelo, ele vai me chamar para analisar. Vai sempre dormir do meu lado. Ninguém pode mexer no aparelho remotamente", acrescentou Rafael.

Presente na live, o médico cardiologista Eduardo Saad alertou para o ator evitar passar por detectores de metais e fazer ressonância magnética sem a presença de um especialista para monitorar o aparelho no peito.

"Os cuidados daqui pra frente. Quem tem esse aparelho não deve passar em detector de metal e passar por fora. E fazer ressonância magnética tem que ser supervisionada. Celular, tablet e controle remoto tudo normal", concluiu.