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Ivete Sangalo lamenta 500 mil mortos, mas isenta: 'Não é sobre partidos'

Do UOL, em São Paulo

21/06/2021 09h30Atualizada em 21/06/2021 13h21

A cantora Ivete Sangalo lamentou a marca de 500 mil mortos em razão da covid-19 no Brasil atingida no sábado (19). Ontem, o total de vítimas chegou a 501.918 — os dados são do consórcio de imprensa do qual o UOL faz parte.

Ivete, seguida por quase 33 milhões de pessoas no Instagram, disse ser inacreditável que o país tenha atingido este número, mas ressaltou que seu comentário não se refere a políticos ou partidos que administram as políticas de combate à pandemia.

Não é natural. Não é uma mentira. É estarrecedor pensar sobre as milhares de vidas ceifadas e dores irreparáveis em torno dessas perdas. Não é sobre partidos, é sobre humanidade.

Especialistas apontam que a falta de medidas por parte do governo no início da pandemia, a indicação de remédios sem eficácia comprovada, o questionamento sobre o uso de máscaras — que reduzem o risco de transmissão — e a recusa de contratos de vacinas impactaram a situação do Brasil.

Tais posicionamentos foram liderados pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e apoiada por simpatizantes e por políticos de sua base no Congresso, além de governadores e prefeitos alinhados com o governo federal. Mesmo sem partido, Bolsonaro conta com apoio de outras legendas, o chamado "centrão".

Nas redes sociais, fãs questionaram o porquê de Ivete não direcionar suas críticas.

"Olhei a foto e me surpreendi:' Ivete se posicionando?' Quando corro pra legenda nada de diferente", alfinetou um fã.

Em fevereiro, Ivete havia feito um comentário indireto sobre o presidente durante live com Claudia Leitte.

Enquanto apresentava a música "Muito Obrigado Axé", a cantora fez uma pequena alteração na letra. "Deixa as armas para lá e traz a ciência", cantou. A versão original diz "deixa as armas para lá. Faz a festa".

A transmissão aconteceu um dia depois de Bolsonaro publicar decretos que alteravam a regulamentação da compra, venda e porte de armas no Brasil.

Em maio, ela conversou com Ana Maria Braga e disse que a falta de vacina era um desrespeito com a população. Ivete também não citou nomes ou cargos.

É um direito nosso ter a vacina para voltar. [Fiquei] Todo tempo da pandemia sem show presencial, as lives são muito legais, mas não se compara com a vibração deles. A gente não pode tratar o anormal como o normal, isso não é a prioridade na minha vida. Quero voltar ao normal como era o normal. Torço para que tenha vacina, que tenha outras frentes. O SUS tem uma potência, tem a vacina da gripe. Tenho fé em Deus que vai ter o momento de todos os vacinados.