Andréia Sadi não sente saudade da barriga de grávida: 'Zero'
A jornalista Andréia Sadi abriu o coração sobre a gestação dos gêmeos João e Pedro, nascidos em abril deste ano. Os meninos são de seu casamento com o também jornalista, André Rizek.
Em sua coluna na revista Crescer, Andréia, que está com 34 anos, afirmou não sentir falta da barriga que tinha na gravidez. De acordo com ela, o peso era incômodo, além das noites mal dormidas, vontade de ir ao banheiro de hora em hora e a falta de autoestima.
Leia o texto na íntegra:
"Quando eu estava grávida, muita gente me dizia para aproveitar o momento, aquela fase, porque eu ia sentir "saudade da barriga" quando a gestação passasse. Cá estou, quase três meses pós-parto, e esse 'tbt' não bateu pra mim. Pelo contrário", iniciou ela.
"Por ter sido uma gestação gemelar, eu não tinha posição para dormir ou para sentar numa boa desde muito cedo. Cheguei a dormir sentada várias noites, já que a barriga não me dava outra opção. Sem contar a operação para sair praticamente rolando da cama para ir ao banheiro fazer xixi na madrugada de hora em hora. Por essas e outras que eu tenho zero saudade da barriga: tinha saudade, isso sim, de dormir de bruços e de saber se eu era ainda eu quando me olhasse no espelho", contou.
"Quando me olhei pela primeira vez no espelho pós-parto, olhei de verdade, uns 10 dias depois, deu saudade de outra barriga, a que eu tinha antes da gravidez e da pandemia - e quero ter o direito de falar isso sem que apareçam palpiteiros e donos da verdade dizendo que não é hora agora de pensar isso. Por que não? A hora certa, na minha opinião, é o que funciona melhor para cada um quando a gente se vê com aquele novo eu no espelho", escreveu Andréia em forma de desabafo.
"Eu tive uma infância e adolescência rodeadas por muita comida e excesso de peso, o que atrasou minha autoestima em muitos anos porque, como vocês sabem, as pessoas podem ser cruéis. Ouvi uma vez de um menino de quem eu gostava na escola que ele ficaria comigo se eu fosse magra. Eu passei um mês comendo ovo e tomate, emagreci e - ainda bem - não quis nada com ele depois. Mas eu conto esse episódio porque foi só muito tempo depois que entendi que, para fazer as pazes comigo mesma, eu precisava levar a sério o combo exercícios mais alimentação saudável - e não viver de ovo e tomate quando queria entrar num vestido ou combinar a loucura da restrição alimentar com corridas diárias", relembrou Sadi, contando uma época complicada de sua vida.
"Passei a vida entre idas e vindas com a balança nessa rotina até que, em 2013, levei a sério a mudança e incorporei exercícios diários à minha rotina, além de seguir uma alimentação balanceada. Perdi 15 kg e não os recuperei mais. Mas não vou mentir: tive medo da comida várias vezes, fiquei chata com carboidrato e culpada se faltava um dia no treino por qualquer motivo. Trabalhei muito isso na terapia e fui melhorando aos poucos. Quando veio o início da pandemia, voltei a comer coisas que não comia havia anos - o que foi libertador -, mas também diminui o ritmo intenso dos exercícios - o que me deixou baixo astral em vários momentos, porque acostumei com aquela sensação terapêutica endorfinada. Tudo junto e misturado fez o ponteiro da balança subir alguns quilos, que prometi perder quando o mundo voltasse ao normal. Mas o mundo seguia de ponta cabeça e eu engravidei. Por incrível que pareça, virou a chavinha para eu voltar a comer saudável e me exercitar diariamente seguindo a recomendação do meu obstetra, para também evitar diabetes gestacional. Sempre fiz por mim mas, agora, eu tinha os dois melhores motivos do mundo", analisou.
"Apesar do incômodo com a posição da barriga, tive uma gravidez tranquila, disposição para trabalhar até a véspera do parto - e ganhei peso dentro do recomendado pelo meu médico. No pós-parto, perdi tudo que ganhei e também já estava no embalo da rotina da alimentação saudável, apenas aguardando a liberação para a retomada dos exercícios".
"Como uma criança ansiosa pelo primeiro dia de aula, lá estava eu quando pude retomar as atividades. Eu brinco que são os 45 minutos que tenho para mim dentro das 24 horas da maternidade. Cada um descobre sua válvula de escape como quer, como preferir e como der para encaixar nessa vida rave da maternidade dupla. A minha é essa: não tem a ver com o físico, apenas, mas com manter a minha cabeça no lugar, um reencontro comigo mesma quando estou me exercitando e ouvindo músicas no fone de ouvido. Sei, ao mesmo tempo, que o corpo é outro depois da maternidade, a barriga talvez não volte totalmente - mesmo com toda disciplina do mundo -, mas sou eternamente grata e feliz em saber que ela foi a morada saudável dos meus bebês por nove meses. E, quando penso realmente sobre as mudanças no pós-parto - que são muitas, cada uma vale uma coluna -, o que me conforta principalmente, no fundo, é a cabeça não mudar radicalmente em alguns temas que são caros para mim: sigo com minha memória boa, com projetos profissionais e pessoais ativos e com a certeza de que quero ter disposição e coluna para viver mais 100 anos brincando com as razões da minha vida (tudo aqui no plural), João e Pedro", finalizou.
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