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Ariadna tem medo de violência transfóbica: 'Ser famosa não adianta em nada'

Ariadna Arantes, única participante trans do BBB, mora atualmente na Itália - Reprodução/Instagram
Ariadna Arantes, única participante trans do BBB, mora atualmente na Itália Imagem: Reprodução/Instagram

Colaboração para o UOL, em São Paulo

25/06/2021 09h04

A ex-participante dos realities "BBB 2" (TV Globo) e "No Limite 2021" (TV Globo), Ariadna Arantes, concedeu uma entrevista a Vogue, e por lá, ela confessou ter medo de violências transfóbicas.

Ela foi a primeira participante transexual na história do "BBB". Atualmente bem engajada nas redes sociais, a maquiadora de 37 anos falou sobre sua trajetória, carreira, bandeira LGBTQIA+ e a luta contra a violência transfóbica.

"O fato de ser famosa não facilita em nada [o meu caminho]. Diariamente, também acabo vivenciando tudo o que todos da minha classe vivem. Ser famosa, de uma certa forma, chama atenção para o meu universo, mas uma andorinha só não faz verão", disse ela.

A influenciadora ainda falou como apoia a causa LGBTQIA+ e quais são os maiores desafios de fazer parte deste grupo:

"Minha existência por si só já é uma causa, né? Compartilho minhas experiências e, dando passos pequenos, porém sólidos, consigo usar essa causa para influenciar as pessoas a se conscientizarem, e outras a não desistirem de ser quem são", apontou ela, que continuou:

"Ainda enfrento discriminação e preconceito, às vezes até da própria classe [das mulheres], que classifica e rotula a mulher trans como inferiores. O próprio termo 'mulher trans' já é um rótulo. Meu medo é o de todas: conseguir sobreviver no país que mais nos odeia, que mais nos mata. Tenho que ter sempre muita atenção em tudo, não posso deslizar em nada, e isso é desconfortável e me deixa muito insegura, porque todo mundo erra, mas se nós erramos o peso disso triplica".

Ariadna ainda explicou como reagir a uma "piada" ou comentário LGBTfóbico:

"Fazendo a pessoa entender quão patética ela é. Mas às vezes o silêncio é a indiferença também são boas armas".

Para a artista, os tabus de 2021 são:

"O preconceito e a rejeição com o beijo. Gente, pelo amor de Deus! Não vejo nada de imoral em um casal homossexual - bissexual, trans ou o que quer que seja - andando de mãos dadas ou se beijando. Nosso país ainda é tão atrasado!".

Por fim, Ariadna Arantes aconselhou as pessoas que ainda "não se assumiram" por medo do julgamento alheio:

"Meu conselho para as pessoas que não se aceitam ou não se assumem por medo de julgamentos de terceiros é: vivam intensamente, amem e sejam felizes! Só é fácil estragar a felicidade alheia para quem não é feliz. Não ligue pro que os outros vão pensar, porque por mais que você faça o seu melhor, algumas pessoas por natureza tendem a te menosprezar. É uma luta", finalizou.