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Assistente de palco do Ratinho denuncia policial por agressões; ex é do GOE

Anahi Martinho

Colaboração para o UOL, em São Paulo

15/09/2021 13h02Atualizada em 15/09/2021 14h49

Rhenata Schmidt, assistente de palco do "Programa do Ratinho", do SBT, afirma estar passando pelo "pior pesadelo" de sua vida, após um relacionamento abusivo com o policial civil Erik Becker, do GOE.

Em agosto, Rhenata registrou quatro boletins de ocorrência contra Erik por violência doméstica, lesão corporal, injúria, ameaça e subtração de patrimônio. Entre os bens subtraídos, estão o pássaro de estimação de Rhenata, sua bolsa, carteira, dois celulares, cartões de banco, chaves de um carro e do apartamento dela e até o crachá do SBT.

O policial foi indiciado na sexta-feira (10) e está sendo investigado pela corregedoria da Polícia Civil e pelo Ministério Público.

Rhenata conseguiu uma medida protetiva contra o policial e, por segurança, está dormindo fora de seu apartamento.

Becker acumula outros processos por violência doméstica contra quatro mulheres: sua ex-mulher e três ex-namoradas. Ele já chegou a ser preso preventivamente por cerca de um mês, mas atualmente responde em liberdade.

"Uma pessoa dessa não tem a menor condição de andar armado e muito menos de representar São Paulo como força de segurança", afirmou Elizangela Campos Bruner, advogada de Rhenata - a assistente de palco preferiu não se pronunciar.

"A Corregedoria da Polícia fez um trabalho incrível e agora cabe ao Ministério Público e à justiça dar ao Erik o que ele merece", diz a advogada.

Rhenata e o ex-namorado, o policial Erik Becker - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Rhenata e o ex-namorado, o policial Erik Becker
Imagem: Reprodução/Instagram

Rhenata, de 40 anos, e Erik, de 35, se conheceram em um clube de tiro e namoraram durante três meses. Ela tentou terminar o relacionamento logo no primeiro mês, mas desde a primeira tentativa começou a ser agredida.

Segundo relatos de Rhenata, as agressões eram constantes e incluíam chutes, empurrões, enforcamento, puxões de cabelo, socos no nariz e em outras partes do corpo. O policial também teria apontado a arma para a ex-namorada mais de uma vez. Ela afirma que foram cinco episódios graves de agressão, mas apenas o último foi registrado em boletim de ocorrência.

Em seu perfil no Instagram, Rhenata desabafou e disse que "não aguenta mais essa perseguição, essa loucura". "Estou sendo perseguida, minhas contas estão hackeadas, não sou eu que estou postando as coisas. Ele postou coisas no meu canal do YouTube, eu estou sem documentos, não estou nem dormindo em casa. Ele não para, todo minuto acontece alguma coisa", desabafou.

Por meio de sua assessoria de imprensa, Erik afirmou apenas que "pode comprovar diversas mentiras", mas não respondeu às demais perguntas da reportagem. A defesa do policial não foi localizada.

Em nota enviada ao UOL, a Polícia Civil afirmou que "a conduta do policial citado é apurada por meio de procedimento administrativo na corregedoria da instituição".

Como denunciar violência

Caso a vítima tenha sofrido violência sem ferimentos graves ela pode recorrer imediatamente a Delegacia da Mulher, se existir essa unidade em seu município, ou a delegacia de Polícia Civil, para registrar o boletim de ocorrência.

Quando houver ferimentos graves, com necessidade de pronto atendimento, a unidade de saúde ou hospital deverá fazer o encaminhamento ou orientar a paciente para que procure a delegacia de polícia. Na maioria dos casos com internamento, o próprio hospital confirma a violência e avisa a Polícia Civil.

Disque 190

Deve ser acionado em caso de flagrante ou em que a situação de violência esteja ocorrendo naquele momento.

Disque 181

Pode ser usado para denunciar anonimamente a violência. As informações serão conferidas pela polícia.

Disque 180

A Central de Atendimento à Mulher funciona 24 horas. A ligação é gratuita, anônima e disponível em todo o país.

Ministério Público

Acesse o site do Ministério Público do seu estado e saiba qual a melhor forma de fazer a denúncia. Alguns estados possuem, inclusive, núcleos de gênero especializados em atender mulheres vítimas de violência.