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Milionário que revelou assassinato de amiga na TV pega prisão perpétua

O empresário Robert Durst comparece a corte criminal durante julgamento de invasão de propriedade, em Nova York - Mike Segar/Reuters
O empresário Robert Durst comparece a corte criminal durante julgamento de invasão de propriedade, em Nova York Imagem: Mike Segar/Reuters

Do UOL, em São Paulo

14/10/2021 19h26

O magnata do setor imobiliário Robert Durst, 78, foi condenado à prisão perpétua nesta quinta-feira. Ele tinha sido considerado culpado no dia 17 de setembro pelo assassinato de sua melhor amiga, em 2000, para impedi-la de falar com a polícia sobre o desaparecimento da mulher do milionário.

O juiz do Tribunal Superior do Condado de Los Angeles, Mark E. Windham, leu a sentença no início da noite de hoje. A promotoria afirmou que Durst é um "psicopata narcisista".

Sua sentença por assassinato em primeiro grau exclui qualquer possibilidade de liberdade condicional, informou a BBC, o que significa que agora muito provavelmente ele morrerá na prisão.

Segundo o Deadline, o condenado se sentou em uma cadeira de rodas na sala do tribunal enquanto a sentença era proferida. A certa altura, seus dois representantes pareceram olhar para ele com preocupação.

A defesa apresentou uma moção para um novo julgamento, afirmando anteriormente que havia "provas insuficientes para apoiar a condenação além de qualquer dúvida razoável, e o veredicto era contrário às provas e à lei" — porém, o pedido foi negado.

Em setembro, Durst, que foi o tema do explosivo documentário da HBO "The Jinx", negou durante o julgamento ter atirado na nuca de Susan Berman há mais de 20 anos em sua casa em Beverly Hills.

Porém, um júri em Los Angeles o declarou culpado após deliberar brevemente. O crime acarreta circunstâncias especiais, decidiu o júri, incluindo assassinato enquanto estava à espreita e assassinato de uma testemunha.

A vida de Durst

Embora afastado, o magnata faz parte de uma das famílias mais ricas das poderosas dinastias imobiliárias de Nova York.

Os promotores disseram que ele assassinou a escritora Berman em dezembro de 2000 para evitar que ela fosse interrogada pela polícia de Nova York em conexão com o desaparecimento da mulher dele, Kathleen, duas décadas antes.

Berman, filha de um mafioso de Las Vegas, foi porta-voz de Durst depois que ele se tornou suspeito pelo desaparecimento de Kathleen.

Durst nunca foi acusado no caso de sua esposa, mas foi preso em 2015 em um hotel de Nova Orleans pelo assassinato de Berman, horas depois que o último episódio da série documental da HBO "The Jinx: The Life and Deaths of Robert Durst" foi ao ar.

No impressionante final do documentário, Durst murmura para si mesmo: "Pronto, te pegaram" e "Matei todos eles, claro", aparentemente sem saber que um microfone em sua roupa ainda seguia ligado quando ele interrompeu a gravação para ir ao banheiro.

A série também aborda o assassinato do vizinho de Durst no Texas, em 2001, cujo corpo foi encontrado desmembrado. Durst admitiu ter esquartejado o vizinho, mas alegou que o assassinato foi em legítima defesa. As acusações foram retiradas.

Os documentaristas da HBO confrontaram Durst com uma carta manuscrita que ele enviou a Berman, muito semelhante à nota enigmática que a polícia recebeu referindo-se à localização do corpo da escritora.

Quando o julgamento começou no ano passado, a defesa de Durst disse que seu cliente havia enviado a nota à polícia depois de encontrar o corpo de Berman e entrar em pânico, mas argumentou que isso não significava que ele a havia matado.