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Gabriela Prioli reclama de ofensas por opinião em caso de Mariana Ferrer

Gabriela Prioli diz que críticas ao julgamento do caso Mariana Ferrer estão "mal direcionadas" - Divulgação
Gabriela Prioli diz que críticas ao julgamento do caso Mariana Ferrer estão "mal direcionadas" Imagem: Divulgação

Colaboração para o UOL, em Santos

04/11/2020 12h59

Gabriela Prioli, comentarista da CNN, diz que nunca recebeu tantas "mensagens ofensivas e de ódio" depois de comentar nas redes sociais a absolvição do empresário André Aranha, acusado de estupro de Mariana Ferrer. A advogada argumentou, em uma série de publicações, que as críticas ao julgamento estão "mal direcionadas".

Nas redes sociais, viralizaram críticas, de anônimos e famosos, ao promotor de Justiça Thiago Carriço, do Ministério Público de Santa Catarina, que fez menção à inexistência, no Código Penal, do crime de "estupro culposo", para defender a absolvição de Aranha.

Gabriela defendeu, em uma série de textos e vídeos publicados na função stories do Instagram, que as críticas nas redes sociais seriam mais coerentes se direcionadas à absolvição do réu por faltas de provas, em vez de serem direcionadas ao uso do termo pelo promotor.

"[O Ministério Público alega] que o acusado não teria podido perceber a situação de vulnerabilidade [embriaguez] da vítima e teria incorrido no erro em relação à capacidade dela de oferecer resistência. Quando isso acontece, ele ainda pode ser punido pelo Código Penal se ele prever a modalidade culposa. O MP diz que não existe a 'modalidade culposa' e, portanto, [o réu] não pode ser responsabilizado por crime algum. [O promotor] não diz que o 'estupro culposo' existe. Ele diz [o contrário], que não existe, para defender a absolvição", argumentou Gabriela.

Ela afirma ainda que, de acordo com os autos, Aranha foi absolvido por falta de provas, uma vez que não seria possível atestar o estado de embriaguez da vítima — e portanto sua condição de vulnerabilidade.

Gabriela argumentou, no entanto, que a absolvição é passível de críticas, mas diz que ela deveria ser "melhor direcionada". "Pode ser uma sentença absolutamente injusta. Que bom que temos um sistema que permite que a vítima recorra dessa decisão", disse.

Ela afirma, por fim, acreditar que o juiz, Rudson Marcos, da 3ª Vara Criminal de Florianópolis, errou na condução da audiência com Mariana Ferrer, ao permitir o tratamento ríspido do advogado de Aranha, Cláudio Gastão da Rosa Filho, em relação à vítima.

"Ele deveria ter feito cessar aquela conduta. Aquilo é um absurdo. Me incomodou muito o vídeo [da audiência]", declarou.

Depois de receber mensagens ofensivas ao expor sua opinião, Gabriela escreveu: "Entre nós — estou realmente triste por dizer isso —, faço críticas contundentes a políticas e políticos há meses e nunca recebi tantas mensagens ofensivas de ódio. Em tese, de quem repudia a violência."