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Vítima da covid-19, miss foi internada com 90% do pulmão comprometido

Bruno Torquato

Colaboração para o UOL, em Betim (MG)

23/04/2021 17h11Atualizada em 23/04/2021 19h03

A ex-miss Poços de Caldas Graziela Carvalho de Freitas, de 38 anos, que morreu ontem por complicações da covid-19, foi internada já com 90% do pulmão comprometido.

A informação foi fornecida pelo irmão dela, Jean Carlo Freitas de Carvalho, que afirmou que o quadro da empresária piorou muito rápido, acima da média fornecida por médicos, levando a família a acreditar que ela possa ter sido vítima de uma nova variante do vírus.

"Os médicos falaram que o primeiro vírus demorava de 15 a 20 dias para chegar no quadro de infecção que minha irmã teve. Ela teve um caso gravíssimo de infecção em três dias", contou Jean.

De acordo com ele, Graziela ficou isolada em seu apartamento quando começou a ter sintomas, em uma segunda-feira, mas já na quarta-feira, ela ligou para o pai, que é médico cardiologista, dizendo que tinha piorado. A ex-miss, coroada em 2000 na cidade mineira, foi intubada no mesmo dia.

"Pelos sintomas ele suspeitou que era covid-19, a levou para o hospital, fez o teste, deu positivo. Já internou com 90% do pulmão comprometido. Na quarta-feira de noite ela já foi intubada e simplesmente ficou assim até o óbito", explicou Jean.

Graziela ficou 25 dias internada. Ela era a irmã mais velha entre três irmãos, seguida por Jean e pelo caçula Jonathas Luca de Freitas Carvalho. Ao UOL, Jean contou que todos eram muito próximos.

"Não sei falar outra família em que os irmãos tinham uma relação de amizade tão grande e de uma cumplicidade tão grande quanto a nossa. A gente era muito parceiro, nossa relação era muito saudável e prazerosa. Isso é o que dói mais, de não ter ela mais perto da gente", conta.

Graziela tinha, segundo Jean, a Síndrome de Raynaud, quando a coloração da pele nas extremidades do corpo, como pés e mãos, muda em dias frios. Mas a condição não teria interferido no quadro clínico da empresária.

Ao descrever a irmã, Jean destaca que ela era conhecida como uma pessoa sempre feliz.

"Estava sempre com astral lá em cima, muito comunicativa e espontânea. Uma pessoa bem verdadeira. Tinha um coração enorme e muita bondade. Todo mundo gostava dela e ela conhecia muitas pessoas pelo trabalho que ela tinha", afirmou.

A empresária não tinha filhos, mas Jean conta que ser mãe estava em seus planos. Ela pretendia ficar noiva e se casar no final de 2021.

"Queria me dar uma sobrinha no começo do ano que vem. Ela já tinha até dado o nome de Maya. Infelizmente ela foi privada disso", lamentou o rapaz, pedindo ainda que outras pessoas continuem seguindo medidas para conter a pandemia.

"Vejo muitas pessoas andando sem máscara, indo para festas clandestinas, não se preocupando com a saúde da própria família. Então [peço] para as pessoas se cuidarem mais. Usar máscara, álcool em gel e respeitar o isolamento social. Isso é o mais importante", completa.