“Além do Tempo” se repetiu e perdeu audiência na segunda fase
"Além do Tempo", que chega ao fim nesta sexta-feira (15), será lembrada por seus fãs incondicionais como uma novela não apenas adorável, como também ousada. Elizabeth Jhin propôs uma forma original de contar uma mesma história duas vezes — uma ambientada no final do século 19, a outra nos dias atuais.
Para um outro grupo de admiradores, menos entusiasmados, "Além do Tempo" será lembrada como uma novela cuja ideia, no papel, pareceu genial, mas o seu resultado final deixou a desejar. Estes fãs se encantaram com a primeira fase do folhetim, mas não viram graça alguma na segunda.
Parte deste público, inclusive, desistiu da novela. Dados do Ibope mostram, objetivamente, que a audiência de "Além do Tempo" caiu ao ingressar nos dias atuais. Com médias entre 21,5 e 20,5 pontos de julho a outubro, a trama caiu para médias em torno de 18,5 em novembro e dezembro.
A segunda fase começou em 22 de outubro. Neste dia, justamente, por conta da curiosidade, a novela alcançou o seu maior Ibope, 24,3 pontos. A partir daí, os números caem. É bom lembrar, claro, que a audiência da novela das 18h30 costuma decair em período de horário de verão e férias escolares. Mas me parece claro que parte do público simplesmente perdeu o interesse.
Vejo dois motivos principais para isso. Primeiro, porque a segunda parte, na realidade, não foi uma segunda novela. Elizabeth Jhin contou praticamente a mesma história, com pequenos detalhes alterados. Os personagens voltaram não apenas com os mesmos nomes como com as mesmas qualidades e defeitos.
E, em segundo lugar, a história nos dias atuais serviu apenas para o público avaliar a "evolução" dos principais personagens. Com viés "espiritualista", a autora quis discutir reencarnação, saber se Pedro, Melissa, Roberto e tantos outros "aprenderam com seus erros" e se mereciam melhores destinos depois do que fizeram na primeira fase.
Um folhetim rasgado e emocionante sobre o amor impossível de Livia (Alinne Moraes) e Felipe (Rafael Cardoso), "Além do Tempo" perdeu o encanto ao recontar esta história nos dias atuais. Em todo caso, não deixa de ser uma novela bem melhor do que "Amor Eterno Amor" (2012), a trama anterior de Jhin.
Destaco, em particular, a boa direção de Pedro Vasconcelos (núcleo Rogério Gomes) e o desempenho bem homogêneo do elenco. Cito alguns, entre os muito atores que apreciei: Irene Ravache (Vitoria), Emilio Dantas (Pedro), Ana Beatriz Nogueira (Emilia), Julia Lemmertz (Doroteia), Nivea Maria (Zilda), Dani Barros (Severa), Luis Mello (Massimo), Inês Peixoto (Salomé) e a sempre encantadora Mel Maia (Felícia).
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