Com júri previsível, “X Factor” esbanja choro e exibe pouco talento musical
Lançado na Inglaterra em 2004, com versões em três dezenas de países e já exibido em mais de uma centena de TVs no mundo todo, o "X Factor" chega ao Brasil com uma fórmula bastante conhecida. Quatro jurados, com personalidades diferentes, divertem o público com seus comentários sobre os candidatos que possuem, ou não, o tal "algo a mais", o "fator X".
O produtor Rick Bonadio, já escolado por participações em júris de meia dúzia de shows de talentos, é o "bad cop", o policial mau, do programa lançado pela Band em coprodução com a TNT e a Fremantle. Diz "verdades". "Tá muito desafinado. E não é um. Os quatro estão desafinados", comentou sobre um grupo de jovens cantores.
Os outros três, Alinne Rosa, Di Ferrero e Paulo Miklos, ao menos na estreia, nesta segunda-feira (29), se mostraram mais bonzinhos e compreensivos. E mais propensos e divagar.
"Achei esse lance interessante", disse o cantor do NX Zero sobre uma candidata. "Você nem sabe por que está aqui. A gente também não sabe", observou o ex-Titãs sobre outra. "Chupa, Rick", disse a cantora de axé depois que uma candidata ganhou três "sim" e foi aprovada apesar do "não" do produtor musical.
O "X Factor" começou com uma imagem externa da apresentadora Fernanda Paes Leme em meio a candidatos que participaram da seleção. Ela fez questão de lembrar que o programa teve "mais de 30 mil inscritos", mas não fez nenhuma menção ao show de horror ocorrido na seleção. A enorme desorganização deixou candidatos por mais de 14 horas em filas, em pé, sem acesso a banheiros ou mesmo água, passando frio.
A falta de transparência se repetiu na ausência de explicações sobre os critérios que levaram os pré-selecionados a participar do primeiro programa. Como foi a seleção em meio a 30 mil? Quantos foram escolhidos? Quem os selecionou?
Muito editado, o "X Factor" não esconde que a apresentação dos candidatos é fruto de audições variadas. Os jurados apareceram em cena com pelo menos três figurinos diferentes.
Com uma ou outra exceção, o nível dos candidatos na estreia deixou a desejar. Teve muito choro, excesso de palavras de incentivo da simpática apresentadora e desafinação em quantidades industriais. Faltou talento e, mais importante, surpresa. "X Factor" demorou tanto a ganhar uma edição brasileira que chegou por aqui com cara de velho.
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