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Com triunfo técnico, Sob Pressão coroa trajetória de melhor série da Globo

Mauricio Stycer

27/06/2019 05h01

Marjorie Estiano e Julio Andrade em gravação de Sob Pressão. Imagem: Globo / Raquel Cunha

"Sob Pressão" deixou os espectadores sem ar nesta quarta-feira (26) ao exibir o aguardado episódio no qual um grupo de milicianos invade o hospital para resgatar o seu líder. A tensão da história foi reforçada pelo fato de ter sido gravada em três longos planos sequências, sem qualquer outro corte.

Um triunfo técnico, merecidamente festejado pela equipe do diretor artístico Andrucha Waddington. E que contou com o reforço do ator Júlio Andrade, que vive o protagonista Evandro, e estreou como um dos diretores do episódio.

Como o blog revelou em abril, Andrade dirigiu o episódio de dentro da cena e Andrucha de fora. "Foi uma dobradinha superbacana", contou o diretor de "Sob Pressão".

"Tudo tinha que acontecer em tempo linear. Ele foi escrito para acontecer em três planos sequências com dois breaks. Filmamos cada um de forma espaçada. Cada plano foi rodado após muito ensaio", disse Andrucha.

Marjorie Estiano, sempre comovente como a médica Carolina, extrai neste episódio um desempenho impressionante. A personagem está grávida e, mesmo assim, busca atender pacientes feridos durante o tiroteio dentro do hospital.

O impacto deste episódio de "Sob Pressão" só faz aumentar a tristeza com a decisão da Globo de encerrar a série após o final desta terceira temporada. Como registrei em abril, não houve uma explicação plausível para este cancelamento. "A exemplo do que ocorre com diversos outros produtos, os ciclos se encerram e novos projetos surgem nessa nossa grade dinâmica e diversa", foi a resposta burocrática da emissora.

Uma pena. Mas, pelo menos, fica a lembrança de uma série excepcional, a melhor que a Globo exibiu em muitos anos.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.