SBT debocha dos críticos e convida o público a decidir destino do Alarma TV
Mauricio Stycer
18/10/2019 22h12
Silvio Santos tomou duas atitudes no início da noite de sexta-feira (18). Escalou o programa sensacionalista "Alarma TV" para o horário do "Topa ou Não Topa", em plena tarde de sábado (19), depois do "Programa da Maísa". E colocou no site do SBT uma enquete debochada sobre a atração.
O resultado da enquete levou Silvio a desistir da exibição do "Alarma TV". Inicialmente, ele pensou em preencher o horário com o programa de Raul Gil, mas a atração é gravada. Assim, mandou reprisar a estreia do "Topa ou Não Topa".
Esta situação toda exemplifica em essência uma piada interna sobre o significado da sigla SBT – Silvio Brincando de Televisão.
Realizado por uma TV americana em espanhol, o "Alarma TV" compila vídeos bizarros ou violentos na internet. É apresentado por tipos em roupas berrantes e risonhos, mesmo mostrando as situações mais violentas ou escatológicas.
O SBT dublou os episódios, mas não se deu ao trabalho de traduzir os caracteres, exibidos em espanhol. Os vídeos vão ao ar sem data, sem contexto e sem crédito.
A decisão de exibir algo de qualidade tão baixa num sábado à tarde, entre dois programas (Maisa e Raul Gil) com bons resultados comerciais, surpreende. Não é o que se pode chamar de um chamariz, muito pelo contrário.
O "Alarma TV" foi ao ar duas vezes. A primeira, num início de noite e a segunda, acredite se quiser, de manhã, antes da programação infantil. A emissora chegou a planejar uma terceira exibição, de madrugada, um horário mais apropriado, mas a cancelou.
Esta semana, o SBT anunciou que o "Topa ou Não Topa", apresentado por Patrícia Abravanel, passará a ser exibido às 20h30, aos sábado.
Atualizado às 16h do dia 19/10.
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Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
Contato: mauriciostycer@uol.com.br
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