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Passou da hora de 'La Casa de Papel' chegar ao fim

Atriz de La Casa de Papel reage à morte chocante: ?Ainda digerindo? - Reprodução / Internet
Atriz de La Casa de Papel reage à morte chocante: ?Ainda digerindo? Imagem: Reprodução / Internet

Colunista do UOL

11/04/2020 12h30Atualizada em 12/04/2020 14h08

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Resumo da notícia

  • Série caminha para quinta temporada de um crime que parece não ter fim
  • Até mesmo as reviravoltas absurdas do roteiro levam espectador à exaustão
  • Produção parece seguir fórmula pronta e repetitiva a cada temporada

Fenômeno no Brasil, "La Casa de Papel" liberou os episódios de sua quarta temporada em pleno período de isolamento social, o que, para muitos, foi motivo de comemoração. Uma maratona dos novos episódios da série espanhola, no entanto, pode se provar exaustiva. Até mesmo fãs mais dedicados à produção devem concordar: passou da hora de a história chegar ao fim.

Por mais absurda que seja, a trama de "La Casa de Papel" tem como atrativo exatamente o fato de ter reviravoltas mirabolantes. Inicialmente concebida como minissérie, acabou transformada em série pela Netflix a partir de uma nova edição e, por causa da popularidade, foi estendida para outras temporadas. Ou seja: depois de protagonizar um assalto, os personagens voltam para cometer um roubo ainda mais ousado, com direito a mergulhadores derretendo ouro e membros da gangue torturados.

Talvez preocupados com a polarização de opiniões sobre os bandidos, os roteiristas pareceram mais impiedosos e deram fim a uma das personagens mais queridas, em uma clara tentativa de mostrar que o crime nem sempre compensa. Da mesma maneira, agentes policiais, que deveriam agir conforme a lei, parecem mais cruéis que os assaltantes. A balança moral de tais figuras poderia ser um trunfo interessante, não fosse tratada de maneira tão simplória.

A real questão é: quem ainda aguenta ver a mesma fórmula se repetindo por várias temporadas? No geral, há bandidos brigando entre si pela liderança do bando e situações que forçam ao limite o professor. Por mais engenhosas que sejam as saídas criadas pelos roteiristas, uma hora elas cansam. Assim como a falta de resolução do segundo assalto, que caminha para a sua terceira temporada, causa irritação. Talvez seja a hora de admitir que, fora do banco, os personagens não têm para onde evoluir. Está na hora do ponto final.