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Jorge e Mateus e AudioMix: uma nova história começa a ser escrita hoje

Jorge e Mateus - Divulgação
Jorge e Mateus Imagem: Divulgação

Colunista do UOL

22/10/2019 13h12

A notícia mais surpreendente dos últimos tempos no mundo sertanejo foi noticiada ontem nesta modesta coluna sobre o rompimento de algo que parecia ser eterno: a relação entre Jorge e Mateus e o escritório que representava sua carreira, a AudioMix. O fato foi confirmado nesta terça-feira (22) por meio de um comunicado oficial publicado nas redes sociais, que dizia, entre outras coisas, sobre a importância de ambos: "Salientamos aqui os anos de história dessa parceria, que transformaram a dupla Jorge e Mateus numa das grandes expressões da música sertaneja, assim como a AudioMix em uma das maiores produtoras do país."

Artista romper com empresário é comum no meio da música. Estão aí Anitta e Luan Santana para não nos deixarem mentir. Mas praticamente todos os rompimentos aconteceram logo após o artista estourar nacionalmente. E esse está longe de ser o caso dos meninos. Eles cresceram tão rapidamente quanto a empresa. Nos últimos 10 anos Jorge e Mateus tiveram um cachê em torno de 400 mil reais por show. Uma década entre os dois maiores cachês do país. Nenhum artista nacional ficou tanto tempo recebendo o valor mais alto do mercado.

Comunicado Jorge e Mateus - Reprodução/Instagram  - Reprodução/Instagram
Imagem: Reprodução/Instagram

A Áudio Mix, por sua vez, foi visionária e percebeu que poderia ir bem mais além de cuidar da agenda e do cachê de seus artistas. Numa ação que mudou a história do showbiz brasileiro, a Audio Mix criou um festival de música sertaneja, o "Villa Mix", que circula por todas as capitais do Brasil a preços nem um pouco populares. Em pouco tempo, o "Villa Mix" virou moda e se tornou o produto mais desejado em termos de festas itinerantes. A Som Livre criou um genérico do festival, o Festeja, que, como marca, ainda falta uma longa estrada a cumprir para se equiparar ao sucesso do festival, que hoje é, de fato, o maior festival de música nacional e realmente popular.

Outro feito histórico da Áudio Mix foi, depois de tanto insistir em seus festivais em música eletrônica, ela mudou os costumes do homem sertanejo, que passou a gostar do "bate estaca". E impulsionou de maneira gigantesca a carreira do até então desconhecido Alok, o maior fenômeno atual do segmento.

Agora, depois de entender a função da Áudio Mix no sucesso de Jorge e Mateus, você se pergunta: E agora, como ambos vão viver um sem o outro?

Oficialmente não há mais vínculo nenhum entre a dupla e a Áudio Mix. Até bem pouco tempo atrás, Jorge (e Mateus) investiram dinheiro em vários cantores do escritório - entre eles Israel e Rodolfo e Jefferson Moraes. Hoje não há mais ninguém. Jorge, aliás, pouco fala sobre o assunto, nem aos mais próximos. Ainda há mágoa. A única coisa que ele garantiu foi que não irá para a arquirrival da Audio Mix, a WorkShow, que cuida de Marilia Mendonça, Maiara e Maraísa e Zé Neto e Cristiano. O escritório que passa a administrar a carreira da dupla é a J&M, fundada pelos cantores há alguns anos.

A coluna tem acompanhado os bastidores dessa separação, ouvido muita gente que entende bem da relação "Jorge e Mateus e Marcos Araújo", dono da Áudio Mix, e por isso escreve com muita convicção: não esperem mais a dupla no palco do Villa Mix em 2020. As feridas precisam ser cicatrizadas. De ambos os lados.

Como há um silencio sepulcral em relação às verdadeiras causas do rompimento, vamos então aos menos levianos: dizem, que Jorge e Mateus não gostaram da volta de Gusttavo Lima ao escritório, principalmente com status de estrela, afinal, atualmente o numero 1 na musica é ele. Isso chegou a ser ventilado
na época da entrada de Gusttavo, mas Jorge achou tão bizarro que nem quis comentar. Do lado dos artistas, a versão é outra: um desgaste mútuo, que acaba gerando em qualquer relação.

Mas há duas perguntas que ficam no ar com esta ruptura, e só o tempo será capaz de responder: O que será de Audio Mix sem Jorge e Mateus e Jorge Mateus sem Audio Mix?

A única coisa que é totalmente certa é que não terminou bem, como quase toda rescisão contratual. E por isso descarta-se a hipótese de Jorge e Mateus voltarem aos palcos do Villa Mix. Obviamente, o poderoso escritório já tem um substituto: Gusttavo Lima, que brigou anos atrás com o mesmo Marcos Araújo, mas voltou no ano passado à Audio Mix é hoje está no melhor momento da carreira com cachê de 600 miil por show.

Enfim, o ponto final foi dado. E a partir de agora Jorge e Mateus e Áudio Mix começam a escrever histórias distintas e separadamente.

Blog do Leo Dias