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Destino e trabalho: Porque o BBB de Boninho deu tão certo

Boninho no "BBB 20" - Reprodução/TV Globo
Boninho no 'BBB 20' Imagem: Reprodução/TV Globo

Colunista do UOL

27/04/2020 12h51

Hoje chega ao fim a mais bem-sucedida edição do "Big Brother Brasil" dos últimos 15 anos. Mas é simplório demais dedicar o sucesso desta edição à escolha do casting. Incluir digital influencers foi um golaço de Boninho, mas existiram muitos outros fatores que foram cruciais para que essa edição se tornasse histórica.

Primeiro, e mais óbvio, a pandemia. De uma hora para outra, o BBB 20 se tornou a única produção de entretenimento da Globo. Durante semanas, foi o único momento em que o telespectador não ouvia a palavra coronavírus. Era um refúgio a um pesadelo.

Outro grande acerto: o programa investiu pesado na questão do feminismo, que está em pauta mundial. Tocar em assuntos que mexem com a população, gera revolta, ódio e amor. Quer algo mais fiel do que o ódio?. O Brasil passou a odiar aquele grupo de rapazes, por isso, não deixava passar um só movimento deles. Muito melhor se eles tivessem se tornados ídolos. Disse e repito: o ódio dá mais audiência na TV.

Outro grande acerto foi apostar alto na participante negra bem-sucedida em ascensão de carreira. Além de servir como exemplo, gera admiração, e quando você admira algo, quer sempre se informar sobre.

Também podemos destacar que o 'BBB 20' dividiu o país, e Boninho conseguiu levar para o reality ícones - como Neymar, Bruna Marquezine e Anitta - em times rivais. Anitta, por exemplo, se submeteu a um papel inédito, o ridículo.

Outro fato relevante foi o aumento da audiência do Jornal Nacional. Isso refletiu em toda a programação que vinha a seguir. E, como boa parte da população deixou de trabalhar, podia dormir mais tarde e ... assistir o BBB.

Resumo: os planetas do mapa astral de Boninho estavam alinhados como talvez nunca estiveram antes. Ou então o pai de santo do filho do Boni caprichou no trabalho esse ano. O fato é: deu tudo certo. O faturamento deste BBB à Globo foi um respiro para os próximos meses de profunda crise.

*Com colaboração de Lucas Pasin

Blog do Leo Dias