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Mauricio Stycer

Vilão de "Bom Sucesso" anuncia que fará uma editora "sem viés ideológico"

Em cena de Bom Sucesso, Diogo exige de Alberto mudanças na editora Prado Monteiro - Reprodução
Em cena de Bom Sucesso, Diogo exige de Alberto mudanças na editora Prado Monteiro Imagem: Reprodução

Colunista do UOL

02/01/2020 14h06

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No primeiro capítulo de 2020, "Bom Sucesso" associou o vilão da trama a um termo - "viés ideológico" - que tem marcado de forma muito clara o governo Bolsonaro. Deu-se numa cena entre Diogo (Armando Babaioff) e Alberto (Antonio Fagundes).

Com direitos sobre um livro que se tornou best-seller de uma editora endividada, o vilão anunciou ao dono que deseja mudar tudo na empresa. "Vai querer que eu me ajoelhe?", perguntou Alberto, inicialmente. "Não, não. Eu jamais pediria isso a um cadeirante. Sou um homem de princípios e sentimentos cristãos", respondeu Diogo.

Em seguida, o vilão comunicou ao proprietário da Prado Monteiro que pretende demitir antigos funcionários e anunciou: "Ah, e certamente vou modificar a linha editorial. Nada, mas absolutamente nada, de viés ideológico. Sejam aquelas publicações daqueles clássicos chatérrimos, as poesias, passando por aquelas publicações LGBT XYZ imorais".

Alberto, então, perguntou: "E o que você pretende editar?" Diogo respondeu: "Eu pensei em começar pela minha autobiografia. Não seria lindo a Prado Monteiro publicando a minha história?" Revoltado, o dono da editora expulsou o vilão de sua casa a golpes de bengala.

"Viés ideológico" é um termo que o presidente Jair Bolsonaro, vários ministros e apoiadores têm usado com frequência como se fosse um sinônimo de ideias de esquerda e em oposição às ideias e propostas do próprio governo.