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Sindicato dos Jornalistas e Fenaj repudiam ataques a repórter em ato bolsonarista

23.mai.2021 - Repórter da CNN precisou ser escoltado durante ato pró-Bolsonaro no Rio de Janeiro após ser alvo de agressões verbais - Reprodução / Twitter
23.mai.2021 - Repórter da CNN precisou ser escoltado durante ato pró-Bolsonaro no Rio de Janeiro após ser alvo de agressões verbais Imagem: Reprodução / Twitter

Roberta Jansen

24/05/2021 08h16Atualizada em 24/05/2021 08h18

O SJPMRJ (Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio) e a Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) repudiaram os ataques ao repórter da CNN Pedro Duran durante a cobertura da manifestação promovida na manhã de ontem no Rio de Janeiro pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

O repórter foi impedido de exercer sua função profissional e teve que ser escoltado por policiais militares para escapar dos manifestantes.

Segundo a nota, "em mais uma manifestação de truculência, intransigência, absoluto desrespeito com a atividade jornalística e a liberdade de imprensa e de expressão, grupos bolsonaristas atacaram hoje" o repórter da CNN. O Relatório da Violência contra Jornalista e Liberdade de Imprensa - 2020, produzido pela Fenaj, mostra que nos dois últimos anos é crescente a insegurança para o exercício da profissão de jornalista no Brasil.

Os ataques que profissionais de imprensa vêm sofrendo por parte de grupos de apoiadores do presidente passaram a ser frequentes e, lamentavelmente, são alimentados por Jair Bolsonaro, diz o comunicado.

"Diante dos graves fatos registrados nessa manhã, o SJPMRJ e a FENAJ cobram das autoridades do município do Rio as providências necessárias no sentido de punir os responsáveis pela manifestação, que desrespeitou todas as medidas sanitárias de combate à pandemia e pôs em risco a vida de milhares de cidadãos cariocas", pediu a nota oficial.

E ainda: "A liberdade de imprensa é um dos pilares da Democracia. E dela jamais abriremos mão."

A Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) informou em nota que "a intimidação de repórteres por políticos e militantes ligados a Jair Bolsonaro tem como objetivo impedir a cobertura de fatos de interesse público e, portanto, é uma violação à liberdade de imprensa".

A entidade lembrou que ofensas aos jornalistas também partem da figura do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

"Tal comportamento é incentivado pelo presidente da República, que frequentemente propaga teorias conspiratórias, ofensas e discursos estigmatizantes contra jornalistas. A obstrução do trabalho da imprensa é antidemocrática e se espera dos poderes Legislativo e Judiciário uma posição firme em defesa dos direitos humanos e da civilidade na convivência entre cidadãos de diferentes opiniões", afirmou.

A CNN Brasil também divulgou nota sobre o episódio. A emissora "repudia veementemente qualquer tipo de agressão". Diz ainda o texto: "Acreditamos na liberdade de imprensa como um dos pilares de uma sociedade democrática. Os jornalistas têm o direito constitucional de exercer sua profissão de forma segura, para noticiar fatos dentro dos princípios do apartidarismo e da independência".