Meghan e Harry: as respostas sobre a realeza britânica para quem não é do Reino Unido
Milhões de pessoas assistiram à entrevista explosiva de Oprah Winfrey com o duque e a duquesa de Sussex, Harry e Meghan, e alguns ficaram com algumas dúvidas depois disso.
Ao que eles se referiram ao falar da "instituição" ou "firma"? Por que Meghan entregou seu passaporte depois de se casar? Há realmente um departamento de RH para a realeza?
A BBC esclarece algumas destas questões a seguir.
Qual é o esquema de segurança da realeza?
O casal disse que não foi oferecido um destacamento de segurança para seu filho recém-nascido Archie e, portanto, foi obrigado a fazer acordos para ganhar dinheiro suficiente para protegê-lo.
"(Os acordos com) Netflix e Spotify nunca fizeram parte do plano", disse Harry, acrescentando que seu pai, o príncipe Charles, cortou o dinheiro que garantia seu sustento no ano passado.
Os detalhes exatos da proteção da realeza, que é paga pelo público britânico, não são amplamente conhecidos por razões de segurança, diz Robert Finch, presidente do conselho da Liga Monarquista do Canadá, uma organização de defesa dos monarquistas. Portanto, há muita especulação sobre qual é a verdade, diz ele.
O grau de segurança depende da antiguidade e visibilidade de um membro da realeza. Alguns recebem proteção apenas quando desempenham funções oficiais, não 24 horas por dia, 7 dias por semana — embora alguns vivam dentro de um cordão de proteção, como o Palácio de Kensington.
Na Scotland Yard, existe uma Unidade de Proteção Real composta por oficiais uniformizados e à paisana.
Muitas pessoas suspeitam que exista uma unidade de comando especializada que vigia os palácios ocupados pela rainha "e possivelmente as casas dos dois próximos herdeiros [Príncipe Charles e William, o Duque de Cambridge] à medida que o nível de ameaça aumenta ou diminui", diz Finch. "Mas isso nunca é discutido."
Meghan teve que abrir mão de seu passaporte e carteira de motorista?
"Quando me juntei àquela família, foi a última vez, até virmos para cá, que vi meu passaporte, minha carteira de motorista, minhas chaves. Tudo isso foi entregue", disse Meghan na entrevista.
O Palácio de Buckingham ainda não comentou a razão pela qual tais itens ficam guardados.
O historiador e autor Robert Lacey, que presta consultoria para a série The Crown, da Netflix, diz que foi para a própria proteção da duquesa. "Se ela saísse dirigindo sozinha, não estaria protegida", diz Lacey.
A autora Marlene Koenig, que dirige o site Royal Musings, diz que os membros da realeza recebem tratamento especial quando viajam. Eles não passam pelos controles normais de passaporte ou esperam que sua bagagem seja despachada.
Ela diz que não imagina por que o passaporte de Meghan ficaria guardado, mas que ele "certamente teria sido solicitado em viagens oficiais".
Finch diz que esta é a primeira vez que ele ouve falar disso, "mas presume-se que os valiosos documentos pessoais da realeza são mantidos em um cofre ou cofres, sob a vigilância da segurança geral do palácio".
Ele afirma que isso pode ser feito para que os documentos não sejam perdidos e estejam disponíveis rapidamente se um membro da família real sair em turnê.
Parece que se encaixava na narrativa de Meghan de estar presa e isolada, mas realmente era rotina, e provavelmente qualquer coisa seria acessível a ela se quisesse.
Existe realmente um departamento de Recursos Humanos?
"Procurei os Recursos Humanos e disse: 'Eu realmente preciso de ajuda'", disse Meghan na entrevista, acrescentando que seu pedido foi negado por ela não ser uma "funcionária remunerada da instituição".
"Não há departamento de RH para a realeza em atividade, porque é um assunto de família", diz o correspondente real da BBC Jonny Dymond.
Mas há um gerente de RH para a equipe real de nível inferior e para os palácios, conforme estabelecido no site do Palácio de Buckingham. Só não para a família ou equipe sênior.
O Palácio de Buckingham diz que o departamento de RH lançou recentemente uma investigação sobre Meghan por causa de alegações, que ela nega, de que a duquesa intimidou vários membros da equipe para que pedissem demissão.
O palácio não respondeu à alegação de que o mesmo departamento se recusou a ajudá-la.
O que eles querem dizer com 'a instituição'?
Meghan e Harry fizeram referências à "firma" e à "instituição" ao discutir a família real. Meghan disse: "É uma empresa familiar, certo? Então, há a família. E há as pessoas que dirigem a instituição".
Existem teorias concorrentes sobre as origens da "firma", mas é algo amplamente creditado ao príncipe Philip.
A autora Marlene Koenig diz que o príncipe teria feito essa referência quando se casou com a então princesa Elizabeth em 1947. "Ele comparou a casar-se com uma empresa familiar", diz ela.
Mas, em The Firm: The Troubled Life of the House of Windsor (A firma: a vida turbulenta da casa de Windsor, em tradução livre), a Penny Junor escreve que o rei George 6º, que governou de 1936 a 1952, "primeiro se referiu à Casa de Windsor como A Firma e o nome pegou".
Lacey diz que "a firma" tem sido o apelido aplicado pela família real a si mesma. "Meghan parece ter estendido isso aos funcionários, junto com a palavra 'a instituição'".
O apelido agora se refere a todos, desde funcionários administrativos até funcionários da Casa Real, que têm "algum tipo de influência na vida e no trabalho da família", diz Finch.
Ele diz que não está claro a quem Meghan estava se referindo, mas que poderia incluir "amigos da realeza ou pessoas que, ela percebe, têm influência sobre eles", como funcionários do governo.
Quantas pessoas trabalham para a família real?
Para alguns que assistiram à entrevista, as referências à família, departamentos de apoio e funcionários forneceram seu primeiro vislumbre do funcionamento nos bastidores.
Existem milhares de pessoas que trabalham para apoiar a monarquia, incluindo pessoas que mantêm galerias de arte e castelos de propriedade do Fundo Real.
Todos os anos, a rainha presenteia cada um de seus cerca de 1,5 mil funcionários com um pudim de Natal tradicional.
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