"Fiz e estou aqui", diz Leonardo Vieira sobre galãs se assumirem gays
Homossexualidade não é mais tabu para os galãs de TV. Pelo menos não para o ator Leonardo Vieira, que desde a última segunda-feira (9) vem se posicionando contra a homofobia.
“Se galãs não podem se assumir gays eu não sei, mas eu fiz e estou aqui. Não sei como será no futuro, não sei se vão me chamar para fazer galã. Espero que sim. Se eu enganei todo mundo até hoje, sou ator, não é? Essa é a minha função. Não é que eu enganei, mas é assim que eu pago as minhas contas. Espero que não atrapalhe”, diz Vieira em entrevista ao UOL.
Nesta quarta-feira, o ator esteve em cena na reestreia do espetáculo “Nove em Ponta” no Teatro Folha em São Paulo. Na peça, de Rui Vilhena, Vieira interpreta o piloto de aviões Diogo, “um personagem misógino, que desvaloriza a mulher (interpretada por Bianca Rinaldi), preconceituoso”.
“Ele é diferente de mim, que luto contra a homofobia, mas divirto fazendo porque o pessoal se diverte”, afirma.
“Quero só ser eu mesmo”
Vieira admite que “existe uma pressão implícita” para manter a sexualidade em segredo quando se trabalha na TV e que o próprio público prefere ver os atores de uma “certa maneira”. “Você pode desiludir uma pessoa, mas eu não quero desiludir ninguém, quero só ser eu mesmo”.
Na última segunda-feira, o ator de 48 anos, esteve na Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática no Rio de Janeiro para denunciar ataques homofóbicos que sofreu na internet. Os crimes aconteceram depois que ele teve fotos beijando um amigo durante uma festa divulgadas.
Além da denúncia, Vieira divulgou uma carta aberta falando sobre o episódio. Ele chamou o texto, que teve bastante repercussão na internet, de “manifesto contra a homofobia”.
“Essa é a minha tentativa: transformar algo ruim em bom. Não sei se ruim porque um beijo nunca é uma coisa ruim, mas é uma luta contra o preconceito, a homofobia. Também estou cobrando uma postura mais bacana da mídia e de todo mundo. Acaba que isso mexe em outros assuntos que precisam ser discutidos. Por exemplo, como a internet é uma terra de ninguém, sem lei, e isso [a discussão] é muito positiva”, opina.
Vieira também diz ter se emocionado com a carta de apoio que recebeu do pai após a repercussão do caso. “Choro até agora, é muito emocionante. Meu pai é extremamente conservador, ex-militar, formação católica, então foi um longo processo, uma história que vem desde que eu tinha 15 anos. Ter uma resposta dele assim foi uma prova de que que a coisa se desenvolveu, amadureceu, que sou um orgulho dele, me sinto vitorioso”.
Vieira não pretende “levantar nenhuma bandeira”, mas espera que seu posicionamento “inspire as pessoas e dê algum conforto”. “Se tiver um ato de violência, injustiça e discriminação pode contar comigo porque estaria aqui”, conclui.
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