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"Ele estava muito triste no hospital", diz viúva de Paulo Silvino

Giselle de Almeida

Do UOL, no Rio

18/08/2017 09h39

O corpo de Paulo Silvino, que morreu nesta quinta-feira (17) vítima de câncer, está sendo velado desde às 8h da manhã desta sexta no Memorial do Carmo, no Rio de Janeiro. A viúva do humorista, Giseli Silvino, falou que a família decidiu deixá-lo em casa nos últimos dias para atender uma vontade dele.

"Ele estava muito triste no hospital, então optamos por uma home care (cuidados em casa). Foi feita a vontade dele. É complicado. Sempre que eu passava por ele e ele estava de olhos fechados, ele falava de repente: Estou bem. A impressão que dá é que ele vai fazer isso de novo. A lembrança que fica dele é só alegria. Para mim foi muito difícil. Ele morreu nos meus braços", lamentou Giseli.

Segundo a viúva de Silvino, o humorista começou a passar mal às 7h e "deu o último suspiro quando ela o segurou". "Não queria isso, queria que ele estivesse em um hospital, com toda a estrutura, mas foi feita a vontade dele. A cremação foi até mais complicada, porque todos os filhos tiveram que autorizar em cartório", contou.

Isabela Silvino, filha de Paulo, contou que os últimos dias foram muito desgastantes para o humorista e seus familiares. 
 
"Ele estava muito fraco, não estava se sentindo muito bem. O câncer é uma doença que devasta não só o paciente como quem está em volta. Mas esse também foi um período de resgate do nosso amor, de carinho. A gente é frágil, precisa aproveitar enquanto pode. Ele deixa esse espírito alegre, era um colega maravilhoso. Pode perguntar a qualquer um que trabalhou com ele. Ele gostava muito de viver".
 
Isabela lembrou que quando o pai descobriu a doença, não contou para a família. Ela soube quando leu uma troca de emails dele com o médico. "Contei para o João e meu pai ficou bravo. Ele disse que ia lidar com isso sozinho. Depois ele entendeu".
 
Flávio Silvino chegou de cadeira de rodas ao velório do pai e falou rapidamente: "O que fica são os melhores momentos dele. Graças a Deus meu pai foi uma pessoa pública, o trabalho dele está registrado. Não foi um cara que passou por aí".
 
Bastante emocionado, João Paulo Silvino destacou a importância e parceria do pai. "Ele foi tudo na minha vida, sempre cuidou da gente. Foi um grande amigo".
 
A TV Globo, o grupo Melhores do Mundo e amigos homenagearam o ator com coroas de flores. Uma delas trazia o bordão: "Ah, como era grande". 
 
O humorista David Pinheiro lembrou que Silvino era muito querido pelo público. "Paulo era uma figura única, um cara espetacular. Ele mexia com o incosciente coletivo, o povo adorava ele, era muito imitado. Paulo era maravilha"

A cremação está marcada para às 14h. O humorista lutava contra um câncer no estômago e morreu aos 78 anos em sua casa, na Barra da Tíjuca, zona oeste do Rio.

Carioca, filho de comediante, ele estreou na Globo em 1966 e se destacou em programas como "Balança Mas Não Cai", "Planeta dos Homens" e "Viva o Gordo". Seu último trabalho foi no "Zorra Total", em que viveu o porteiro Severino.

Paulo deixa três filhos, fruto do seu casamento com Diva Plácido: João Paulo, Isabela e Flávio Silvino, que atuou em novelas como "Vamp" (1991) e "Laços de Família" (2000) e abandonou a carreira para se tratar das sequelas deixadas por acidente de carro.