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"Foi importante para minha formação", diz Leandra Leal sobre Rogéria

Giselle de Almeida

Do UOL, no Rio

05/09/2017 13h02

Leanda Leal foi prestar sua última homenagem a Rogéria na tarde desta terça-feira (5),no Teatro João Caetano, no centro do Rio de Janeiro, onde o corpo da atriz está sendo velado. Rogéria morreu na noite desta segunda-feira (4) aos 74 anos

“Sou muito grata por tudo que aprendi, por todos os ensinamentos dela e por ela ter compartilhado suas memórias e experiências. Ela foi muito importante para minha formação como pessoa e como atriz. Desde sempre ela foi muito revolucionária, era ouvida como ninguém por seu talento, sua força e sua fé. A crença dela de viver de acordo com a potência e com o sonho dela. Acho que é a maior lição que ela deixa, a de viver de acordo com quem você é”, disse a atriz ao UOL.

Leandra relembrou o período em que dirigiu Rogéria no filme “Divinas Divas”, de 2016, onde contou a história da primeira geração de artistas travestis no país.

“O filme que eu fiz foi um filme de fã, de quem admirava aquelas artistas. Para mim é um conforto que ela tenha visto o filme e tenha recebido esse carinho. Mas ela sempre teve reconhecimento".

A atriz também falou da importância de trabalho de Rogéria para a comunidade LGBT.

"Ela dizia: 'Eu não preciso de bandeira, eu sou a bandeira'. Ela abriu portas para muita gente com sensibilidade, dignidade e talento, ela entrava na casa das famílias. Foi muito amada. É difícil pra gente nesse momento tão difícil perder essa figura, porque ela fazia muita diferença. A gente deve muito a ela".

Depois de uma oração, Leandra Leal fez um breve discurso. "Todos nós temos vários motivos para ser gratos a Rogéria. Esse ritual é porque ela é uma artista acima de tudo. Vamos sempre homenagear, saudar e festejar Rogéria", afirmou  
 
Muitas fãs continuam prestando homenagens à atriz no Teatro João Caetano. Já são dez coroas de flores, uma da família Leal, entre elas uma que chama Rogéria de amada estrela, e outra da família Pires de Morais.
 
Em seguida, Jane de Castro, Divina Valéria e outros amigos cantaram "La Vie en Rose" e aplaudiram a artista.
 
"Eu e Rogéria descobrimos Paris em 1970. É tanta coisa para recordar! São muitas e muitas histórias... Que descanse em paz", afirmou Valéria, que como Jane e Rogéria, também fez parte do documentário "Divinas Divas".
 
Diogo Vilela também prestou homenagem à atriz: "Era uma pessoa muito amorosa e que tinha uma maneira de se colocar muito interessante. Era talentosíssima e de uma transparência ímpar. Venceu muitas barreiras e merece respeito por isso. Tudo que sofreu devolveu com amor".