Cunhado de Hickmann se revolta com afirmação de promotor: "Não me intimida"
O cunhado de Ana Hickmann, Gustavo Bello Corrêa, de 35 anos, se revoltou com uma declaração feita pelo promotor Francisco Santiago. Corrêa foi absolvido da acusação por homicídio doloso pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) e Santiago considerou a decisão absurda.
O promotor entende que o cunhado de Hickmann deve ir a júri popular. Ao absolver Corrêa, a juíza Âmalin Azis Sant'Ana, do Tribunal do Júri de Belo Horizonte, determinou que ele não deve ir a julgamento. "Não tem como aceitar a legítima defesa. Vou lutar até o fim", disse Santiago.
Em seu Instagram, Corrêa mandou um recado ao promotor, dizendo que absurdo era "o senhor não concordar com a reconstituição do crime pedida por mim no mesmo quarto".
"Qual seu receio? Estar enganado? Eu sempre estive a disposição da justiça para provar que houve luta até o último segundo e o porquê dos tiros da nuca pela posição que estávamos. Absurdo o senhor, que deve ter porte de arma e tem como se defender, assim fica fácil incriminar alguém que teve que lutar por quase 8 minutos com um psicopata que não tirava o dedo do gatilho após ter feito dois disparos quase levando sua esposa a óbito. Absurdo o senhor que no dia do meu depoimento não me fez UMA pergunta sequer, sendo que sou a única pessoa processada nessa história toda, mas para todos os demais envolvidos fez um questionário", esbravejou Corrêa.
O cunhado de Hickmann ainda se defendeu, dizendo que não fugiu depois de efetuar os disparos, mesmo com a esposa ferida.
"Absurdo o senhor tentar transformar em vítima um psicopata agressor de mulher que mirou na cabeça da minha cunhada pra matar sem motivo algum. Seus familiares devem ter vergonha do senhor, os meus não! Vou até o fim, sua arrogância não me intimida! Segue o jogo e se eu tiver que pagar, será de cabeça erguida", completou Corrêa.
Em contato com a reportagem do UOL, o advogado de Corrêa, o doutor Fernando José da Costa, afirmou que ficou decepcionado com a declaração do Ministério Público. "O Ministério Público não é um órgão acusador, ele é o fiscal da lei, que deve quando necessário acusar, e quando necessário não acusar. Então esse órgão deveria ser o primeiro, ao final da instrução, a entender que havia legítima defesa", argumentou Costa.
O advogado também criticou a postura do promotor. "Esse promotor de Justiça, na audiência do interrogatório do Gustavo, que teoricamente é o dia mais importante, uma vez que a pessoa vai relatar os fatos como eles ocorreram, antes da audiência, ele já havia dito que iria pedir a condenação dele [Gustavo]. Ele deu uma entrevista à mídia antes da audiência já afirmando que ele ia pedir a condenação e que o Gustavo poderia ficar mais de 20 anos preso. Isso causa decepção, ele deveria no mínimo esperar o interrogatório para criar o seu convencimento".
"Faria tudo de novo"
Nas redes sociais, ao saber que havia sido absolvido, Corrêa afirmou que faria tudo novamente: "Agora são três decisões favoráveis a mim contra a de um promotor que insiste em me condenar. Siga em frente na sua empreitada em destruir com a minha vida que eu sigo com minha defesa. Fiz e faria tudo de novo, sempre disse isso".
A apresentadora também comemorou a absolvição do cunhado. "A Justiça se fez presente. A paz entrou em nossos corações. Obrigada a todos que nos apoia apoiaram e uniram a nós nessa batalha! Obrigada à Justiça brasileira!", escreveu Hickmann em uma rede social.
Atentado em Belo Horizonte
Ana Hickmann sofreu um atentado do suposto fã em Belo Horizonte em maio de 2016. O crime aconteceu dentro de um hotel no Belvedere, zona sul da capital mineira. Corrêa matou Pádua, após ele ter atirado contra sua mulher, Giovana Oliveira, assessora da apresentadora.
O cunhado de Hickmann foi denunciado pelo MP por homicídio doloso, quando há intenção de matar. O argumento do promotor Francisco Santiago é que, como Rodrigo foi morto com três tiros na nuca, houve excesso de legítima defesa e se configura um crime de homicídio.
A juíza considerou, porém, a luta corporal entre os dois, sem que o fã largasse a arma, a tensão do réu e a ausência de fatos que comprovem que o cunhado de Hickmann estaria no controle da situação quando atirou.
A reportagem do UOL não localizou a defesa de Corrêa até a publicação deste texto, que será atualizado tão logo consiga falar com os advogados.
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