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"É tudo fake news", diz Fabrício Boliveira sobre morte de Roberval

Fabricio Boliveira é Roberval em "Segundo Sol" - Estevam Avellar/Globo
Fabricio Boliveira é Roberval em "Segundo Sol" Imagem: Estevam Avellar/Globo

Carlos Helí de Almeida

Colaboração para o UOL, em Gramado (RS)

22/08/2018 04h00

Uma das possíveis reviravoltas previstas para a terceira fase de "Segundo Sol", após o aguardado capítulo 100, a morte de Roberval  não passa de um boato, seguido de um mal entendido alimentado pelo autor da novela das 21h, João Emanuel Carneiro. Quem garante é o próprio intérprete do personagem, Fabrício Boliveira.

“Bastou um trecho de capítulo vazado para a imprensa em que Roberval diz: ‘Preciso de mais remessas de diamantes’ para ele ser tachado de bandido. Ele apareceu na capa de várias revistas especializadas como traficante de diamantes. Claro, um negão só merece uma capa se for traficante de gemas!”, ironizou o ator em conversa com o UOL durante o 46º Festival de Gramado.

“Depois, começaram os boatos de que o Remy (Vladimir Brichta) não deveria morrer, mas sim o Roberval. É tudo fake  news! O Roberval continuará vivo e ninguém sabe se ele é ou não traficante de diamantes. Mas isso dá a dimensão da esquizofrenia, da loucura, da doença de nosso tempo, onde ninguém tem a preocupação de investigar, de checar informações”, critica.

Com seu primeiro personagem de destaque na TV, o ator comentou a polêmica no início da novela, duramente criticada pelo baixo número de atores negros em uma trama ambientada em Salvador. "As questões envolvendo a presença negra nas diversas expressões culturais ficou muito quente em todo o país. Nenhum setor tem escapado da discussão, nem mesmo a TV”, observa.

“Não sei se o João Emanuel Carneiro, autor da novela, fez ou está pretendendo fazer alguma mudança na história, mas a pressão existe, e é muito forte”, afirma Boliveira, cujo ex-motorista que se tornou um empresário bem sucedido e voltou disposto a vingar-se da família que o humilhou foi defendido recentemente pelo autor do rótulo de vilão.

“A verdade é que essa pressão por uma maior representatividade do negro me deixa muito feliz, porque é um discurso que existe e me acompanha a vida inteira. Agora eu o ouço na boca de outras pessoas, inclusive brancas”.