"Se Paula errou, deverá ser interrogada", diz irmão de Rodrigo, do "BBB19"
Irmão de Rodrigo, do "BBB19", o educador Fábio França quer aguardar pela saída do cientista social do reality show para saber como ele irá proceder em relação aos comentários de Paula sobre o brother no reality show. Ele disputa o paredão na noite de hoje contra Carol Peixinho e Hariany.
A bacharel em direito fez comentários preconceituosos, como ter medo de Rodrigo por ele ter contato "com esse negócio de Oxum", além de declarar que "nosso Deus é maior".
"Sabemos que todos têm que ser responsabilizados pelos seus atos. Discursos como estes estão matando pessoas, violando terreiros, ameaçando a fé. Se ela [Paula] errou, deverá ser interrogada. O Rodrigo sempre lutou contra a injúria racial e a intolerância religiosa. São pautas que ele defende", diz Fábio.
A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) do Rio de Janeiro confirmou que Paula é investigada pelas declarações no programa. A irmã da participante, Mônica von Sperling, disse não ver preconceito nas falas de Paula: "Ela não é preconceituosa. Nossa família é africana. Nossa avó por parte de mãe é negra. Ela já teve dois namorados negros".
"Ataque racista é crime, não torcida"
A família de Rodrigo, diante de ataques racistas nas redes sociais, acionou o advogado Ricardo Brajterman. Ao UOL, Brajterman confirmou que irá entrar na Justiça com ações nas áreas cível e criminal. O irmão, no entanto, evita associar os ataques às torcidas dos rivais no programa.
"Quem está fazendo esse crime para mim não é torcida. É criminoso. O racista é criminoso. O Rodrigo não está sozinho e não vai sair sozinho, seja para ganhar ou perder", diz.
"A minha família é de educadores e em todo tempo a gente, assim como o Rodrigo na casa, tentou levar a coisa de maneira pedagógica. Rodrigo com muita paciência e aqui fora levamos uma coisa mais lúdica, educativa e utilizando a música como instrumento", disse o irmão do brother, que chegou a gravar um clipe intitulado "Respeita a religião do menino" após a repercussão do caso.
Mas, ele afirma, não foi o suficiente para barrar o preconceito contra o participante: "Infelizmente a coisa não foi absorvida. Nesses clipes fomos muito ofendidos e isso é retrato de parte da sociedade brasileira. O Brasil é racista e tem preconceito. Mas a gente não perde a fé. Acreditamos que essas pessoas devem ser penalizadas e responsabilizadas pelos seus atos".
Fábio diz ainda que, apesar da tendência de favoritismo de Paula e do grupo dela na casa comprovada com as eliminações de Danrley e Elana, ele acredita nas chances de que Rodrigo permaneça no jogo.
"A esperança é a última que morre. Existe um movimento crescente na militância, de professores, alunos, acadêmicos e intelectuais. São pessoas não necessariamente fãs do reality show, mas se engajaram e entraram nessa discussão. A gente acredita. Por que não?".
"Subestimaram a força do sociedade do bem. Quando falo isso, não é a tradicional família brasileira. É a sociedade que pega o trem às 5h da manhã para trabalhar e à noite estuda, que é da periferia. Independentemente do resultado já estamos no lucro. De tantos prejuízos e cacetadas há coisas boas".
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