"Já fui demitida por brigar por todos", diz Olga Bongiovanni, de volta à TV
Olga Bongiovanni estava acostumada à vida calma de Cascavel, no interior do Paraná. Depois de passagens por emissoras como Band e Gazeta, a apresentadora foi trabalhar em uma rádio e uma televisão na cidade, e conta que passava os dias trabalhando, curtindo seus filhos, a neta, cuidando de suas plantas e tomando chimarrão.
Foi aí que veio o convite: voltar à RedeTV!, que ela havia deixado há 10 anos, para comandar um programa com seu nome. Sem hesitar, topou o desafio, fez as malas e voltou para São Paulo
"O problema é o trânsito. Em Cascavel, estava a 12 minutos da minha casa para a TV e a três da rádio, era uma coisa fantástica. Saía da rádio e ia para minha casa, cuidava das minhas plantas", afirma ela, em entrevista ao UOL, ao relembrar rotina tranquila que deixará de ter a partir desta segunda.
Mas nem os engarrafamentos da cidade desanimam Olga, animada com o novo programa em rede nacional.
"Meus filhos eram adolescentes quando vim para São Paulo em 1999. Hoje eles são adultos, formados, com família constituída, eu já tenho uma neta. A minha volta me fez poder acompanhar a gravidez, o nascimento e a minha neta até os cinco anos. Tive esse tempo incrível de seis anos para me reabastecer, melhorar como ser humano, como profissional. Volto fortalecida", comemora.
"Olga" estreia na RedeTV! às 10h com um formato parecido com o dos seus concorrentes matutinos, como o "Mais Você" (Globo) e "Hoje em Dia" (Record): um misto de informação, entretenimento, prestação de serviço e interação com o público, um dos aspectos que mais animam a apresentadora.
"É muito legal quando as pessoas te mandam vídeo de dentro de um ônibus. Isso a gente não tinha no passado. O incrível é a resposta que o público te dá. Entope o WhatsApp. O público quer participar, quer ser coautor daquilo que está no ar. Pra quem começou a fazer televisão há anos com tanta dificuldade, a gente está no paraíso", opina ela.
"Por que ganho menos?"
Apesar da voz doce e o tom ameno para falar com o público de casa, a apresentadora diz que é muito combativa na hora de lutar por seus direitos e pelo que acredita.
Sem citar nomes, ela relembra um episódio de quando foi à direção de uma das emissoras em que trabalhou questionar por que ganhava menos do que um colega apresentador, uma vez que os dois tinham funções semelhantes.
"Infelizmente é uma realidade cruel. Se tem uma coisa que me irrita e viro bicho é injustiça. E eu me senti injustiçada porque o meu programa tinha um puta faturamento, uma puta audiência. Por que eu ganhava menos do que a grande estrela, que era o cara? A pessoa percebeu que eu estava coberta de razão. A partir do dia seguinte, meu salário aumentou tanto na carteira quanto na comissão que eu ganhava sobre o que faturava", relata Olga.
É esse tipo de postura que a apresentadora quer levar para a nova atração que passa a comandar a partir de amanhã.
"Sempre fui muito de brigar. Não só por mim, por todos. Eu já me ferrei por causa disso. Fui demitida por brigar para melhorar a vida de um todo, porque achava que era injusto. Essa sou eu", complementa.
Para a jornalista, a batalha pelos direitos das mulheres precisa ser constante.
"A gente não pode parar de falar desses assuntos. Esse episódio aconteceu comigo na década de 80. Imagina como era nas décadas que vieram antes de mim. Me chamaram de louca quando eu decidi vir para a RedeTV!. Eu escrevi: 'Entre louca e corajosa, me sinto muito fortalecida e com muita coragem'. Muitas mulheres disseram: era isso que precisava ouvir. Não dá para parar. Eu tenho que me posicionar".
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