Morte por aborto em A Dona mexe com atriz: "Me fez mudar de opinião"
Edilene morreu por complicações de um aborto feito em uma clínica clandestina. A empregada doméstica de 21 anos foi obrigada pelo amante, seu patrão, a interromper a gravidez. A cena, que se repete com tantas mulheres no Brasil, foi ao ar no último sábado em A Dona do Pedaço e fez sua intérprete, Cynthia Senek, sair da experiência modificada.
"Obrigada, Walcyr Carrasco [autor] e Amora Mautner [diretora] por confiarem em mim para um papel tão delicado e especial, cheio de mensagens como essa, que eu como atriz e ser humano adoro experienciar. Mais uma personagem para meu currículo que me fez aprender e mudar de opinião sobre muita coisa", escreveu a atriz paranaense de 27 anos no Instagram, onde também compartilhou dados sobre o aborto no Brasil.
"Edilene se foi, mas nos deixou com um ótimo tema para dialogar: o aborto. Independente de qual seja a sua escolha, o fato é que ele acontece todos os dias. Sendo mais precisa, a cada minuto é realizado um aborto no Brasil. O aborto ser proibido ou não, não faz com que ele não seja praticado. 500 mil mulheres por ano abortam no Brasil. Cada um de nós passa por diversas dificuldades em nossas vidas e cabe somente a nós escolhermos o que é melhor ou não", afirmou a atriz no textão.
Cynthia também usou seus stories para responder perguntas de seus seguidores. Em uma das respostas, ela diz que mudou de opinião sobre as mulheres que decidem abortar.
"Graças a Deus não precisei passar por esse momento para entender o que essas mulheres passam. Estudando sobre isso cheguei a essa decisão. Quem se apoia na embriologia [parte da biologia que estuda a formação de órgãos], é um estágio muito inicial da gravidez. Não existe coração batendo nesse período. Em outros países, um aborto nesse período nem é considerado aborto."
A atriz respondeu ainda a um seguidor que questionava se, ao se liberar o aborto no Brasil, as pessoas iriam diminuir os níveis de prevenção à gravidez. Atualmente, só é permitida a interrupção da gravidez no país em casos de estupro ou de feto anencéfalo.
"Todas as pesquisas mundiais estão aí para provar que isso é um mito. Quando se descriminaliza algo, o índice diminui", afirmou.
Cynthia já voltou para São Paulo, cidade onde mora quando não está trabalhando no Rio, e anunciou no Instagram que em breve seus fãs a verão em outro trabalho, ainda não revelado pela atriz.
No sábado, telespectadores da novela das 21h se manifestaram pelo Twitter sobre o desfecho da personagem.
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