Marco Antonio Villa sofre ataques em estreia: "Democracia tem preço"
Marco Antonio Villa sofreu críticas de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais durante o dia de sua estreia no programa "Primeira Hora", da rádio Bandeirantes.
Apoiadores do presidente, do qual Villa é crítico feroz, lançaram xingamentos contra o professor e cientista político e elevaram a hashtag #bandlixo a um dos assuntos mais comentados no Twitter.
Ao UOL, Villa disse que os ataques vieram de "extremistas", e considera que a democracia tem o seu preço.
"Em tempos de extremistas defender a democracia tem um preço. E, sim, estou disposto a pagá-lo porque sei que vale a pena", disse ele, por telefone, na manhã de hoje. "Eu entendo que aquela manifestação é como uma resposta à defesa das liberdades democráticas, da democracia", completou.
Marco Antonio Villa foi contratado pela rádio Bandeirantes no início de julho, poucos dias depois de deixar a Jovem Pan em meio a uma polêmica.
Às vésperas da manifestação pró-governo, ocorrida em maio, Villa disse no "Jornal da Manhã" que "atos neonazistas [aconteceriam] no dia 26". A emissora comunicou Villa de sua suspensão por 30 dias cerca de 48 horas depois do comentário. Nos bastidores, a declaração foi citada como estopim para a decisão da direção.
Inicialmente, a Jovem Pan informou que Villa havia tirado férias, o que logo foi contestado pelo professor. "De férias eu não estou. Nunca tirei férias, não seria agora com essa situação do país que tiraria."
Pannunzio entrou na mira
Outro profissional do grupo que também entrou na mira de bolsonaristas foi Fábio Pannunzio, âncora do "Jornal da Noite", na TV Bandeirantes, e da rádio Bandeirantes.
Após anunciar a estreia de Villa, Pannunzio escreveu uma mensagem em seu perfil no Twitter dizendo que "a milícia fascista subiu a tag #bandlixo. Vindo de quem vem, é um baita elogio. Salve, Villa. Chegou agitando os milicianos."
Em seguida, ele respondeu a um seguidor. "Vocês mandam na Jovem Pan. Aqui, não. Aqui valores como liberdade de expressão e informação legítima são o paradigma."
Ao UOL, no entanto, Pannunzio revelou preocupação com o movimento. "Acho muito preocupante. Mesmo considerando que esses movimentos são instruídos pela milícia bolsonarista, elas difundem um sentimento fortemente antidemocático de plena intolerância. Isso 'normaliza' os ataques a instituições como a imprensa e a valores como a liberdade de expressão".
"Mas o que chama a atenção é o nível de agressividade, que não raro descamba para ameaças de morte veladas ou explícitas", completa.
A reportagem também tentou contato com a assessoria da Band pedindo o posicionamento sobre os ataques sofridos por seus profissionais, mas ainda não houve retorno.
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