Freira golpista da novela foi inspirada em história da vida real, diz autor
A hipócrita Fabiana (Nathalia Dill), de A Dona do Pedaço (Globo), foi criada em um convento, mas ela se aproveita da formação religiosa para fingir que tem princípios e que é uma pessoa amável, quando na realidade é invejosa, sedutora e muito ambiciosa. O autor Walcyr Carrasco revelou que, ao contrário do que muitos possam imaginar, a história da irmã de Vivi Guedes (Paolla Oliveira) tem semelhanças com a realidade.
Na gravação do programa Altas Horas, que vai ao ar no próximo sábado (31), o escritor afirmou que a vida real pode ser tão surpreendente quanto a ficção. A personagem Fabiana, ele revela, foi inspirada em uma ex-freira real. "As pessoas me perguntam como uma pessoa criada em um convento faz isso. Vou dizer que eu conheço uma pessoa assim. E eu me inspirei um pouco nessa pessoa da vida real. Quem é? Não posso falar", despista.
É uma pessoa que foi noiva de alguém que trabalha comigo. Ela ficou sete anos em um convento, conseguiu que ele colocasse as propriedades no nome dela e aí se separou com tudo no nome dela. E se casou com outro, usando o vestido que ele havia dado!
Na novela, Fabiana tem inveja de Vivi Guedes, que foi adotada na infância por pais ricos, e quer tudo o que ela tem. A sua ganância a levou a aceitar ser laranja de Agno (Malvino Salvador) na imobiliária e a tramar contra a própria irmã.
Carrasco contou no programa que é reconhecido nas ruas como o autor de A Dona do Pedaço e que sente o envolvimento do público com as histórias da novela.
"Com muita frequência [sou reconhecido nas ruas] e até me dão recados. Outro dia estava no aeroporto e um faxineiro me parou e falou: 'Não mata a Vivi'", compartilhou ele, no bate-papo com Serginho Groismann.
A Dona do Pedaço nasceu em duas semanas
Walcyr Carrasco falou no Altas Horas sobre o processo criativo de sua atual novela, que entrou no lugar de O Sétimo Guardião. A trama da boleira Maria da Paz (Juliana Paes) foi escolhida para a faixa das 21h após a direção de dramaturgia da Globo decidir adiar a estreia de Amor de Mãe, de Manuela Dias, que virá na sequência e deve estrear ainda neste semestre.
"Foi uma novela que aconteceu de repente. Escrevi a sinopse em duas semanas e não planejei tanto assim. A história vai me chamando. E me satisfaz muito", declarou.
O autor, que coleciona sucessos recentes, como O Outro Lado do Paraíso, Verdades Secretas e Êta Mundo Bom, explicou que basicamente segue a sua intuição na hora de escrever.
"É impossível saber o que vai dar certo em televisão. É imprevisível. O que eu sei é que temos que viver a emoção daquilo. Se eu choro quando escrevo, sei que vai emocionar também o público. Se eu rio, o público vai dar risada. Então, eu tenho que ser honesto com a minha emoção para passar a emoção para vocês."
O autor diz que procura fazer tramas ágeis e diz que isso se deve, também, a seu gosto por assistir a séries, que geralmente têm uma dinâmica mais aceleradas do que os capítulos de novelas.
"O meu ritmo atual eu peguei muito de séries. Em A Dona do Pedaço, as coisas vão acontecendo sem parar. Eu não seguro muito a trama", contou ele, que diz já ter decidido como será o fim da trama, embora esse segredo esteja guardado a sete chaves.
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