Topo

Tarcísio Meira lembra início na Globo: "Era pobrinha"

Tarcísio Meira em entrevista para o "Conversa com Bial" - Reprodução/TV Globo
Tarcísio Meira em entrevista para o "Conversa com Bial" Imagem: Reprodução/TV Globo

Do UOL, em São Paulo

06/11/2019 06h58

Tarcísio Meira falou de seus 60 anos na TV no programa Conversa com Bial. Aos 84 anos, o ator reconheceu que os planos da Globo em se firmar como produtora de novelas era ousado para a época.

"Doutor Roberto [Marinho] teve a audácia de fazer novela. A Globo era pobrinha, fazer novela era uma coisa cara, era muito mais fácil ter filmes, seriados americanos, como as outras emissoras. O Boni [José Bonifácio de Oliveira Sobrinho] me chamou e eu fui até ganhando menos do que eu ganhava. Dinheiro nunca foi importante, mas eu acreditei na força do projeto, na novidade", revela.

Ele confessa que resistiu a fazer novelas, ainda na Excelsior. "Nós não queríamos fazer porque era uma experiência muito romântica, muito água com açúcar. A gente reagiu contra. Fui me queixar para o Boni, que nem era da Excelsior, comentei que não estava gostando, ele disse: 'você está enganado, vai fazer um grande sucesso'. O ibope se multiplicou por três em alguns dias. De repente percebi que a novela era um teatro popular, que podia a ser de muito boa qualidade".

Tarcísio divertiu o auditório ao falar se existe beijo técnico na TV. "Não tem isso não. Beijo é beijo. Não tem como ser técnico. É bom. Os homens me odiavam", gargalha.

O ator se derrete ao falar do longo casamento com Glória Menezes. "Conheci a Glória fazendo uma peça com Antunes Filho, uma remontagem do Plantão 21. Eu era um gângster. Estávamos ensaiando quando ela subiu ao palco. Fiquei olhando, gostei e falei 'tem caldo'". O primeiro beijo entre os dois só foi acontecer em cena: "Foi no fim de uma peça, eu a beijava e a matava. Enforcando e beijando".

Ainda hoje eles mantêm o companheirismo. "A gente se gosta muito, se curte muito. Restaurante, cinema, teatro, a gente sai, não fica muito em casa".
Tarcísio opinou ainda sobre política. "Não sei porque não conseguimos consertar o Brasil. É um país muito rico, com gente muito boa, especial, e continuamos pobres. Existe uma pobreza no Brasil incrível, revoltante. Eles [políticos] precisam dar um jeito nisso, o quanto antes. É um absurdo".