"Ficaria alegre se tivéssemos um presidente negro", diz Milton Gonçalves
Resumo da notícia
- Militante do movimento negro, Milton Gonçalves sente falta da representatividade no governo
- "O que me deixaria alegre é que nós tívessemos um presidente negro", disse ele
- O ator viverá um Papai Noel negro no especial de Natal da Globo
- Milton diz se emocionar com o personagem, por ser "uma batalha de muitos anos"
Militante do movimento negro, Milton Gonçalves sente falta dessa representatividade no governo do país. O ator, que chegou a tentar a carreira política e candidatou-se a governador do estado do Rio de Janeiro, em 1994, lamenta não ter mais representantes no país em que mais de 50% é de negros e pardos.
"O que me falta neste momento no meu Brasil, o que me deixaria alegre é que nós tivéssemos um presidente negro, porque nós somos um percentual grande neste país. No dia que nós tivermos um presidente negro, aí eu vou dizer: nós batalhamos", diz Milton, 85 anos.
Sem receio de ser mal interpretado, o ator afirma que não é racista e destaca a importância dos Estados Unidos terem tido Barack Obama como presidente de 2009 a 2017.
"Os Estados Unidos teve um presidente negro e nós não temos? Para mim, isso me incomoda. Não interessa se vão ficar zangados, se vão dizer que sou racista. Quero é que nosso povo brasileiro, que é de índios, negros, orientais, estejamos todos juntos", disse o ator, que já teve a possibilidade de um encontro com Obama durante uma visita ao país.
"Que felicidade grande quando você chega nos Estados Unidos, vem aquele negão, com a mulher dele, as duas filhas e ele é presidente. Fiquei muito emocionado. E nós aqui não conseguimos botar um presidente [negro no poder]".
Papai Noel negro
Pela primeira vez, Milton teve a oportunidade de viver o Papai Noel por um dia. Ele está no elenco do especial de Natal da Globo Juntos a Magia Acontece, que vai ao ar no dia 25. Milton será Orlando, patriarca da família Santos, que acabará deprimido após ficar viúvo.
"Acho maravilhoso. Estar aqui hoje e fazer esse personagem me emociona, É uma batalha de muitos anos, de séculos. A gente tem que eliminar o medo, que batalhar. Vou fazer o melhor Papai Noel que eu puder. Se ele fosse oriental também estaria do lado dele, se fosse índio, também. Como sou eu, melhor pra mim, né?", comemora Milton.
Cabe à menina Letícia (Gabriely Mota), de 9 anos, trazer de volta o espírito natalino para o lar da família Santos. Filha de Vera (Camila Pitanga) e Jorge (Luciano Quirino), ela consulta o avô sobre a existência de Papai Noel. Apesar da tristeza, ele não tira a fé da neta no bom velhinho: "Quando você acredita, existe".
"Tomara que ela tenha um mundo melhor, ela é um amor", elogia Milton sobre a atriz mirim.
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