De Nuccio: "Não tem canal que justifique ter vida transformada em inferno"
O ex-apresentador do Jornal Hoje, da Globo, Dony De Nuccio, voltou a falar sobre sua saída da emissora, hoje, ao participar do Programa Pânico, da Rádio Jovem Pan. O jornalista, que pediu demissão do canal após a revelação de que prestava serviços de treinamento e consultoria para empresas, disse que a forma como o caso veio à tona (por intermédio de invasão de e-mails e dados pessoais) impulsionou seu afastamento do canal.
"Tive minha vida hackeada, invadida, exposta. E acho que não tem cargo, salário ou emissora que justifique ter sua vida transformada num inferno. Eu não precisava disso. Não fiz absolutamente nada de errado. Não levei um suspiro para lá que não fosse por motivos jornalísticos", disse, negando o conflito de interesses na atividade de jornalista com as funções exercidas para outras empresas.
Segundo ele, outro motivo de sua saída foi o fato de já ter alcançado suas ambições profissionais na emissora. "Fui repórter, apresentei programas, editor de economia, apresentei jornal local, TV aberta, fechada, tudo. Então, conquistei meus sonhos na comunicação antes do que eu imaginava. Nesse sentido, alguns meses antes de sair, eu já pensava qual seria o próximo desafio. Eu já estava batendo no teto", revelou Dony, que ficou oito anos no Grupo Globo.
Apesar de mostrar gratidão à emissora carioca, o jornalista disse que sente-se mais à vontade com os rumos que a carreira tomou após deixar o canal. "Se alguém descobrir quem invadiu meus e-mails, me diga. Terei o prazer de mandar um vinho [a essa pessoa] porque meu 2020 está muito melhor do que estaria caso eu estivesse lá. A vida mudou para muito melhor", relatou com bom humor o jornalista que, agora, atua com produção de conteúdo voltado para o mercado financeiro e com cursos e consultorias em plataformas digitais.
Próximos passos
Embora esteja contente com as novas atividades, Dony deixou em aberto a possibilidade de voltar à TV: "Sou um eterno apaixonado pela televisão. Nunca disse nem pensei em sair em definitivo da TV. A internet complementa as atividades. E as outras emissoras são muito abertas nesse sentido, entendem a importância das redes sociais, da livre iniciativa, dessa pegada de empreendedora, estimulam até que você tenha outros projetos".
Entretanto, ele negou que tenha pretensões de voltar a apresentar telejornais. "Eu gostava de entretenimento antes de gostar de jornalismo. Na Globo, não fiz essa migração. Mas sempre tive interesse por essa área. Acho que meu retorno à televisão, e as conversas são nesse sentido, vão por este caminho", apontou.
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