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Malvino Salvador sobre crise da covid-19: 'Graças a Deus tenho uma reserva'

Divulgação/TV Globo
Imagem: Divulgação/TV Globo

Do UOL, em São Paulo

13/04/2020 08h22

Com os trabalhos artísticos suspensos por causa da quarentena, Malvino Salvador tem se dedicado a encontrar alternativas para a academia de jiu-jítsu da qual é sócio com a esposa, a lutadora Kyra Gracie, num momento em que as pessoas devem ficar em isolamento por causa do novo coronavírus.

"Temos mais de 300 alunos e 25 funcionários. Nossa preocupação no início foi pensar em como manter aquilo. A gente teve que correr atrás para encontrar alternativas de levar esse serviço de alguma forma para os alunos. Isso demandou muito trabalho, muita reunião. Ficamos com a cabeça a mil. A primeira semana foi bem intensa, mas agora as coisas estão começando a entrar nos eixos", explicou em entrevista à coluna de Patrícia Kogut, no jornal O Globo.

O casal recorreu a um aplicativo para disponibilizar aulas aos alunos da academia — futuramente, estudam uma plataforma própria na internet.

"Graças a Deus tenho uma reserva e posso lidar com ela. Ao longo do tempo fui fazendo isso. Dá para segurar até tudo isso passar. Me deixa muito triste saber que tem gente sofrendo já", diz o ator, que não tem mais contrato fixo com a Globo, sobre a questão financeira.

"Existem aqueles que precisam comer hoje o que ganharam ontem. Outras pessoas dependem totalmente da empresa, de um restaurante, por exemplo. Com 15 dias de paralisação, o negócio do cara pode quebrar, um negócio da vida inteira. Dizem que depois a economia volta. Mas não volta", argumenta.

Para ele, o governo deveria traçar um plano para evitar o prolongamento da quarentena. "Eu acho que, num primeiro momento, a restrição é necessária porque o país não está preparado para absorver uma curva ascendente tão grande. Deveria haver uma iniciativa para gastar dinheiro e preparar os hospitais, ter lugares disponíveis com equipamentos e pessoal. Não sei quando tempo a economia vai segurar com quarentena total", analisa.

"É preciso começar a falar sobre isso, entender se há alternativas. Vejo falta de clareza. Por que não pegam um cara da saúde, outro da economia e o da estatística e expõem para a sociedade: 'O planejamento é este'. Se não há planejamento, a única solução é a quarentena. Se libera todo mundo, o sistema de saúde entra em colapso", acrescentou.