Luiza Brunet recusou tratamento com João de Deus: 'Graças a Deus não fui'
Durante o "Conversa com Bial" desta madrugada, Luiza Brunet revelou que chegou a ser convidada a ir se consultar com o médium João de Deus, mas recusou o tratamento.
"Eu tenho vitiligo, que é uma doença de pele que começou quando eu era menina. Inclusive, acho que essa doença apareceu por conta das violências a que assisti, porque a minha imunidade é baixa e tudo isso reflete em algum lugar no corpo", explicou a modelo, atriz, empresária e ativista de 58 anos. "Então, alguém me sugeriu de ir lá [se tratar com João de Deus] e acabei não indo".
Luiza continuou: "Eu nunca tive interesse em ir lá, apesar de ter sido convidada algumas vezes. Hoje em dia eu falo 'Graças a Deus' por não ter ido".
Ela também relembrou de uma pessoa bem próxima que foi vítima do médium. "Logo depois que apareceram as denúncias, uma amiga minha foi procurá-lo justamente para buscar conforto e ele também a machucou".
No programa, Luiza ainda chegou a se emocionar com o depoimento de uma das vítimas de João de Deus, exibido em uma cena da minissérie documental "Em Nome de Deus", da Globoplay, que aprofunda e revela os bastidores da investigação de abusos sexuais cometidos pelo médium. "Realmente esse cara foi longe demais", exclamou indignada.
Ativismo e passado
Nos últimos anos, Luiza tornou-se representante da luta pelo fim da violência contra a mulher. Atualmente, trabalha com diversas instituições, como o Instituto Patrícia Galvão, e usa as redes sociais para auxiliar mulheres que se encontram em situações de abusos e perigo.
Com uma trajetória sofrida, alguns de seus traumas chegaram a ser relembrados no programa. "Aos 13 anos de idade, quando eu trabalhava em uma casa de família no Rio de Janeiro, sofri um abuso sexual que nunca falei para ninguém. Guardei durante anos e só voltei a falar sobre isso na idade madura pós-agressão física aos 54 anos", contou ela que, em 2016, foi agredida pelo então companheiro, o empresário Lírio Parisotto, em Nova Iorque.
"Eu percebi também que recebia vários tipos de violência; de importunação sexual em ônibus e trens coletivos. Isso era regular, e eu sempre ficava muito brava e descia do ônibus", complementou.
Retornando ao presente, Luiza explicou porque as mulheres ainda têm medo de denunciar agressões: "Os dois maiores fatores que impedem uma mulher, seja criança, adolescente ou adulta, de denunciar por ter apanhado, ou recebido qualquer tipo de violação, é a vergonha e o julgamento".
Com um recado, finalizou: "Nós podemos falar, sim, do nosso sofrimento. Não precisamos ter vergonha. Quem tem que ter vergonha é o agressor, porque o agressor é um covarde. O homem que deveria ser exposto. Se a gente colocasse a foto de todos os agressores expostos, não haveria espaço, porque são muitos. Então, aquela vergonha que sentíamos no passado, não precisamos mais sentir".
O "Conversa com o Bial" vai ao ar de segunda à sexta-feira após o Jornal da Globo
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