Topo

Fernanda Gentil sobre se assumir para os pais: 'Orgulho de ser filha deles'

Fernanda Gentil e Priscila Montadon estão juntas desde 2016 - Instagram
Fernanda Gentil e Priscila Montadon estão juntas desde 2016 Imagem: Instagram

Do UOL, em São Paulo

28/06/2020 18h59

No dia do orgulho LGBTQ+, Fernanda Gentil relembrou o momento em que se assumiu para a família e contou que estava namorando Priscila Montandon.

Em post no Instagram, ela contou: a reação inicial dos pais não foi uma salva de palmas, e nem um sorriso imediato. Por alguns dias, eles se falaram pouco. Mas, com o tempo, a união foi o que prevaleceu na família.

Nesse meio tempo, a apresentadora diz que não se revoltou, apesar do medo: "Só deixei claro que daria sim o tempo deles e viveria isso tendo ou não a 'aprovação' deles — afinal de contas, cresci em uma casa onde errado era ter preconceito com pele, cor, classe, raça ou sexualidade (mas confesso, chorei, rezei, torci, e suei literalmente pedindo a Deus que eu não precisasse me afastar da minha família por isso)."

"Só eu sei o tanto que refleti para entender que se a gente, que tá no olho do furacão — seja lá qual for o seu furacão — precisa de um tempo pra elaborar, imagina quem tá minimamente fora dele. Não importa se é mãe/pai/marido/mulher/irmão.... o amor que eles sentem pela gente não impede que eles precisem desse tempo", continuou a jornalista.

Ela ressalta que o amor foi o que impediu que eles se afastassem, e deveria ser a realidade de todas as famílias — infelizmente, não é. Fernanda deu um recado para quem está nesses casos: "Se o caminho que vocês escolheram foi o do amor, sigam firmes e fortes."

No dia do Orgulho LGBTQIA+, deixo pra vocês o orgulho de ser filha dos meus pais. Esse depoimento do meu pai no Encontro com Fátima Bernardes, na época em que quiseram inventar a "cura gay", diz tudo sobre o que pregamos e vivemos aqui em casa. Não recebi uma salva de palmas quando disse que estava apaixonada por uma mulher, e nem vi um sorriso imediato. Também não tentei enfiar goela abaixo e nem me revoltei, só deixei claro que daria sim o tempo deles e viveria isso tendo ou não a "aprovação" deles - afinal de contas, cresci em uma casa onde errado era ter preconceito com pele, cor, classe, raça ou sexualidade (mas confesso, chorei, rezei, torci, e suei literalmente pedindo a Deus que eu não precisasse me afastar da minha família por isso). Deu certo. Eles precisaram e usaram muito bem o tempo que foi dado a eles. Só Deus sabe o que pensaram, ponderaram e racionalizaram naqueles dias em que pouco nos falamos. Só eu sei o tanto que refleti para entender que se a gente, que tá no olho do furacão - seja lá qual for o seu furacão - precisa de um tempo pra elaborar, imagina quem tá minimamente fora dele. Não importa se é mãe/pai/marido/mulher/irmão.... o amor que eles sentem pela gente não impede que eles precisem desse tempo. O amor que eles sentem pela gente deveria impedir que eles se afastassem. Na minha família foi assim; o amor impediu que a gente se afastasse. Mas como eu sei que em milhares de famílias essa não é a realidade, digo pra vocês: se o caminho que vocês escolheram foi o do amor, sigam firmes e fortes. E sobre esse caminho, eu tenho mais um depoimento nos meus stories pra vocês. . Pai, mãe e FELIPE, amo vocês mais que tudo. Obrigada por embarcarem nessa comigo, e confirmarem que vocês realmente praticam tudo o que pregaram pra gente em casa. Felipe, nunca disse isso em público, mas acho que isso pode inspirar muitos irmãos de gays por esse Brasil afora. Você me disse: "você é a melhor pessoa que eu conheço, me diz pra onde o seu nariz aponta, e eu vou atrás". Meu nariz aponta pra qualquer caminho que tenha você ao meu lado. Te amo o mundo todo. @felipemgentil @marthamachadosoares @mauricio.gentil

Uma publicação compartilhada por Fernanda Gentil (@gentilfernanda) em