Helio de la Peña atribui mortes a racismo e fala em 'pena de morte'
Comentando o caso do menino Ítalo Augusto de Castro Amorim, atingido por uma bala perdida enquanto brincava na porta de casa em São João de Meriti, Helio de La Peña disse acreditar que a violência está aumentando. Em entrevista à CNN Brasil, o ator afirmou que não considera coincidência casos semelhantes ao do garoto de sete anos.
"Quando se fala em melhorar as condições de segurança, você fala numa atitude mais truculenta do estado nesses lugares. Nesse caso do Ítalo Augusto nem foi uma ação policial, pelo que se parece foi disparo vindo de bandidos, que é uma coisa absolutamente sem controle nessa região. A criança estava brincando na porta de casa, o sonho dele era ser um médico, ele queria salvar a mãe dele da covid-19. Um sonho interrompido por uma bala perdida, que já não podemos chamar de perdida, ela é achada. Com tantas crianças atingidas já deixa de ser um acaso, uma coincidência. A coincidência infeliz é esse trágico nome do bairro, bairro do Éden, e na verdade é um inferno", disse Helio.
"Acho que de fato a violência está aumentando, você tem uma bandidagem mais armada, mais armas na rua, você tem uma reação muitas vezes violenta da polícia, não foi o caso do Ítalo Augusto, segundo as reportagens a polícia sequer reagiu, mas você tem entre um e outro as crianças, a população alvo dessas chamadas balas perdidas. Que de perdidas elas não têm nada, elas estão sendo encontradas nos corpos dessas crianças", acrescentou o ator.
Refletindo sobre uma possível saída para a violência, Helio citou o racismo estrutural e disse não ver solução para a situação.
"Quando se fala em solução se fala numa ação mais ostensiva da polícia e uma ação completamente foram da lei, afinal de contas pelo que eu sei a pena de morte ainda não existe no país. Mas você tem direto aí a pena de morte. Quando a polícia mata um marginal isso é dado como uma solução para o problema. Hoje raramente um criminoso é preso e julgado, ele é eliminado naquele lugar, tenha sido responsável ou não por aquele crime. É uma situação sem lei, terra de ninguém", considerou.
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