Cássia Kis diz ter sofrido assédio sexual por seu dentista aos 11 anos
Cássia Kis, 62 anos, tem planos de escrever uma autobiografia em que pretende detalhar os abusos sexuais que sofreu durante sua vida, sendo o primeiro deles quando tinha 11 anos de idade.
"Tenho vários blocos de anotação aqui em casa. Daqui a pouco eu tiro do papel. Tenho muita história para contar. Sou uma mulher que conhece com muita força as questões do assédio sexual e moral. Fui assediada sexualmente pela primeira vez aos 11 anos, pelo meu dentista. Depois fui assediada mais duas vezes, a mais recente na última década", revelou a atriz, em entrevista à coluna Beira-Mar, da Veja Rio.
Coincidentemente, o último assediador tinha a mesma profissão do primeiro. "Também era dentista, famoso. Não vou citar o nome porque vou acabar com a carreira dele, mas o denunciei para o próprio filho. Ele tinha que saber o que o pai fez. Fiquei traumatizada", frisou.
Além disso, Cássia também afirmou ter sido vítima de assédio moral no trabalho. "Sofri no trabalho e fora dele. Esse é terrível porque você mata as pessoas aos poucos, sem sujar as mãos. Me fizeram muito mal. No meu livro não vou xingar ninguém, só vou mostrar como nós podemos ser perigosos e cruéis", ponderou.
Tristeza na quarentena
A artista, que tem mais de 40 anos de carreira, também falou sobre como tem passado a quarentena, recomendada para evitar o contágio pelo novo coronavírus. Ao contrário de muita gente, que diz estar aproveitando o momento para relaxar ao lado da família, Cássia se declarou exausta.
"Não tenho apoio nenhum, e minha casa é grande. Hoje fiz o almoço, mas ainda não limpei a cozinha. Daqui a pouco chega a hora do jantar e está tudo sujo ainda. Quando vejo, é quase meia-noite e não parei. Estou com três homens em casa. Homens que comem muito", disse ela, se referindo aos filhos Joaquim Maria, de 25 anos, Pedro Gabriel, de 18, e Pedro Miguel, de 16.
Ela revelou certa tristeza no período. "Tenho muita roupa para lavar, meu banheiro está uma zona, tem dez dias que não troco a roupa de cama. Fiquei séculos sem cortar a unha do pé e só fiz isso ontem. Estava um horror, parecia unha de mendigo. Ando muito triste também e às vezes penso como seria bom dormir 48 horas seguidas", lamentou.
Questionada se o sentimento de tristeza apareceu por causa do isolamento social, Cássia confirmou. "Claro que sim. Choro todos os dias e às vezes tenho a sensação de que estou testemunhando o fim do mundo, porque não dá para viver em paz sabendo que tem gente sem ter o que comer, sem acesso à saúde. E o pior é que temos um presidente que é um homem infantil, não amadureceu. Os absurdos que ele diz são coisas de criança, de homem mimado. O Bolsonaro tinha que levar uma surra de cinto da mãe dele", ironizou.
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