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Príncipe Harry diz que redes sociais fomentam 'crise de ódio'

Príncipe Harry defendeu uma remodelagem do universo digital - Reprodução/Instagram
Príncipe Harry defendeu uma remodelagem do universo digital Imagem: Reprodução/Instagram

Colaboração para o UOL, em São Paulo

07/08/2020 21h34

Príncipe Harry publicou ontem um texto refletindo sobre a influência das redes sociais na sociedade. Intitulado "A rede social está nos dividindo. Juntos, podemos redesenhá-la", o artigo publicado na revista Fast Company defende que o cenário digital está "mal" e que existe uma "crise do ódio" emergindo a partir disto.

"Há pouco mais de quatro semanas, minha esposa e eu começamos a ligar para líderes de negócios, chefes de grandes corporações e diretores de marketing de marcas e organizações que todos usamos em nossas vidas diárias", escreveu.

"Nossa mensagem era clara: o cenário digital está mal e as companhias como as deles precisam ter a chance de considerar seu papel no financiamento e suporte de plataformas online que contribuíram, alimentaram e criaram as condições para uma crise de ódio, uma crise de saúde e uma crise da verdade."

Harry citou que acredita que as redes sociais podem parecer inofensivas, mas que esta seria uma leitura equivocada. "Toda a vez que você clica, eles descobrem mais sobre você. Nossa informação, nossos dados pessoais e hábitos desconhecidos são negociados para o espaço publicitário e dólares. O preço que todos nós estamos pagando é muito maior do que aparenta. Enquanto normalmente somos o consumidor que compra um produto, neste mundo digital em constante mudança, nós somos o produto."

O duque de Sussex ainda chamou atenção para uma inversão de valores no mundo digital. "Acreditamos que temos que remodelar a arquitetura de nossa comunidade online de uma forma definida mais pela compaixão do que pelo ódio; pela verdade em vez da desinformação; por equidade e inclusão em vez de injustiça e fomento do medo; pelo discurso livre, ao invés de armado", disse, afirmando a importância de grandes líderes também tomarem partido deste movimento.

Ele ainda citou a necessidade de ter um "olhar crítico" para as duas décadas de avanço tecnológico online. "Não deve ser visto como uma coincidência que a ascensão das mídias sociais foi acompanhada por um aumento na divisão entre nós globalmente. Os próprios algoritmos e ferramentas de recomendação da mídia social podem levar as pessoas a caminhos para o radicalismo e o extremismo que, de outra forma, não teriam seguido."

"Podemos - e devemos - encorajar essas plataformas a se redesenharem de uma forma mais responsável e compassiva. O mundo sentirá isso e todos nós nos beneficiaremos com isso", concluiu.